A ClearSale realizou nesta sexta-feira, 30, a sua oferta pública inicial (‘IPO’, no original em inglês) na B3, em São Paulo. Com a abertura de capital, a empresa de soluções antifraude passa valer R$ 1,3 bilhão, acima da expectativa inicial de R$ 1,1 bilhão.
Ao todo, a proposta contou com 45,3 milhões de ações, sendo 25 milhões primárias e 20,3 milhões secundárias. O papel da companhia de segurança digital abriu a R$ 25, mas subiu para R$ 30,35 na primeira hora do pregão; porém, oscilou o dia todo, até fechar em R$ 28,50.
O valor da operação pode subir e chegar a R$ 1,5 bilhão com a opção de compra de um lote suplementar de 6,8 milhões de ações, dedicado a investidores particulares. A data limite para os subscritores confirmarem a aquisição desse lote é 30 de agosto deste ano.
Participaram da abertura do pregão na B3 o fundador da companhia, Pedro Chiamulera, e o CEO, Bernardo Lustosa, além do CEO da bolsa, Gilson Finkelsztain.
Expectativas
O montante angariado será usado para pagamentos de gastos corporativos, fusões e aquisições, além de ampliar suas iniciativas e tecnologias por meio de seu programa de inovação aberta, o Explore. Uma das soluções que a ClearSale trabalha no Explore é “para avaliação de risco de fraude em transações instantâneas de pagamento e transferências (Pix)”.
“A solução atuaria em um primeiro momento de cadastramento de chaves do Pix nas instituições autorizadas pelo Bacen, e posteriormente na transferência de valores. Em ambos os casos, receberemos como entrada os dados cadastrais ou transacionais e analisamos as transações aplicando inteligência artificial e humana para obter um score de fraude, utilizando a força de vínculo (ratings) entre as informações apresentadas e gerando insights para ajudar na melhor decisão”, diz trecho do documento apresentado junto à CVM.
Também está no radar da companhia a abertura de escritórios no exterior para ampliar sua presença internacional. Além do Brasil, a ClearSale tem representações comerciais nos Estados Unidos e México.
Saúde financeira
No primeiro trimestre de 2021, a firma de combate à fraude registrou um lucro líquido de R$ 14 milhões, ante um prejuízo de R$ 8 milhões um ano antes. E a receita líquida da companhia foi de R$ 98 milhões, incremento de 83% contra R$ 53,5 milhões do primeiro trimestre de 2020. O EBITDA foi de R$ 27,5 milhões contra um EBITDA negativo de R$ 4,2 milhões um ano antes.