A Telefônica registrou redução na receita total no terceiro de trimestre, afetada principalmente pelo desempenho do serviço móvel pré-pago e pela “maturidade da voz fixa”, conforme indica o balanço financeiro do período divulgado pela companhia nesta terça-feira, 30. Por outro lado, a operadora aumentou o lucro, mesmo desconsiderando o impacto de uma decisão favorável do STJ.
No total, a receita operacional líquida contábil caiu 1,1% e ficou em R$ 10,764 bilhões no terceiro trimestre. No acumulado do ano, contudo, houve aumento de 0,6%, encerrando o período com R$ 32,38 bilhões.
A receita líquida do serviço móvel nos três meses foi de R$ 6,23 bilhões, uma redução de 2%, enquanto em nove meses foi de R$ 18,95 bilhões, avanço de 0,6%. Do total, a maior parte foi de dados e serviços digitais, que somaram no trimestre R$ 4,94 bilhões, aumento de 6,7%. No acumulado do ano, foi de R$ 14,85 bilhões, avanço de 10,9%. Com crescimento de 75,3% no trimestre e total de R$ 1,74 bilhão, os “serviços digitais” (SVAs) compensaram a redução de 11,2% no serviço de Internet, que ainda é maior parte do segmento de dados móveis, com R$ 2,92 bilhões no trimestre. A companhia destaca ainda ter obtido um avanço de 92,6% na receita trimestral de aparelhos, somando R$ 490,4 milhões, “resultado de forte atividade comercial no período, upsell da base de clientes para pós-pago com maior volume de dados e venda de terminais através dos (…) canais presenciais e virtuais”. Mas a empresa destaca que o contexto macroeconômico, expansão de planos ilimitados de voz, redução de tarifas de interconexão e queda da receita do pré-pago afetaram negativamente a receita líquida móvel.
Em serviços fixos, a receita líquida caiu 5,4% no trimestre, total de R$ 4,06 bilhões. A redução na soma dos três trimestres foi de 3,9%, totalizando R$ 12,08 bilhões. O serviço de voz ainda é o de maior receita nesse segmento, mas provavelmente já será menor do que a banda larga no próximo trimestre. No período de julho a setembro, a voz caiu 16,3% e somou R$ 1,39 bilhão, enquanto a banda larga avançou 14,2% e ficou em R$ 1,33 bilhão. Considerando apenas a “ultra banda larga”, foram R$ 925,9 milhões, aumento de 28,5%. Os dados corporativos e TI caíram 16,4% no trimestre e somaram R$ 634,4 milhões (queda de 4,7% no acumulado e total de R$ 1,86 bilhão). Já a TV por assinatura aumentou 0,8% e ficou em R$ 490,6 milhões no trimestre, enquanto nos nove meses ficou estável em R$ 1,44 bilhão.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) avançou 30% no período de julho a setembro, total de R$ 4,78 bilhões. De janeiro a setembro, o crescimento foi de 28,5%, total de R$ 13,78 bilhões. A margem EBTIDA avançou 10,6 pontos percentuais no trimestre e 9,2 p.p. no acumulado, ficando respectivamente em 44,4% e 42,6%.
Excluindo efeitos não recorrentes, a Telefônica tem impacto positivo de R$ 1,38 bilhões de decisão favorável no Superior Tribunal de Justiça sobre o direito de exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins nas operações da empresa entre 2004 e 2013, além de despesa de R$ 487,1 milhões relativas a “contingências extraordinárias” no terceiro trimestre. Com isso, o EBTIDA recorrente ficou em R$ 3,89 bilhões (aumento de 5,7%) e R$ 11,43 bilhões (avanço de 6,7%) no trimestre e no acumulado, respectivamente. Da mesma forma, a margem EBTIDA ficou em 36,1% (avanço de 2,3 p.p.) e 35,3% (aumento de 2 p.p.).
O lucro líquido da empresa foi de R$ 3,18 bilhões no terceiro trimestre do ano, um avanço de 159,9%. Considerando os nove meses, o lucro foi de R$ 7,44 bilhões, crescimento de 140,7%.
A companhia registrou ainda um aumento de 9,4% nos investimentos, que totalizaram R$ 2,39 bilhões no trimestre. No acumulado do ano, foram R$ 6,08 bilhões, crescimento de 14%. Maior parte dos investimentos foram para a infraestrutura de rede, que sozinha recebeu R$ 2,07 bilhões no trimestre (7,1% acima do ano passado) e R$ 5,23 bilhões nos nove meses (aumento de 10,9%).
Operacional
A Vivo encerrou setembro com 74,43 milhões de acessos móveis, uma redução de 0,2%. Mantendo a tendência do trimestre anterior, a base de pós-pago continuou sendo a maior proporção: 39,42 milhões de linhas, avanço de 10,5%, enquanto o pré-pago somou 35,02 milhões, redução de 10%. Os acessos máquina-a-máquina (M2M) avançaram 30,5% e ficaram em 7,64 milhões de contratos.
O churn mensal do pós-pago, excetuando o M2M, foi de 1,8%, estável em relação ao ano passado. No pré-pago, foi de 5,6%, aumento de 0,8 p.p. no comparativo.
A receita média por usuário (ARPU) foi de R$ 27,9, redução de 1,7%. Considerando apenas os dados, a ARPU foi de R$ 22,2 (aumento de 7,4%), enquanto a de voz foi R$ 5,7, queda de 26,1%. A ARPU do pós-pago sem M2M foi de R$ 51,5, mesmo valor do ano passado. No pré-pago, houve queda de 14,4%, encerrando setembro em R$ 11,6. Já em M2M, foi de R$ 2,6, redução de 6,9%.
No negócio fixo, a Telefônica somou 22,29 milhões de acessos, redução de 3,4%. Desse total, 13,210 milhões são de telefones fixos, uma redução de 5,7%.
A banda larga fixa responde por 7,475 milhões de contratos, aumento de 0,3%. A “ultra banda larga” aumentou 9,9% e somou 4,92 milhões de acessos. Desse total, 3,18 milhões são de fibra até o gabinete (FTTC), uma redução de 3%, enquanto os de fibra até a residência (FTTH) somaram 1,74 milhão de conexões, aumento de 45,4%. A companhia ainda conta com 2,56 milhões de acessos (recuo de 14,1%) com outras tecnologias, como xDSL.
A TV por assinatura encolheu 1,1%, totalizando 1,601 milhão de contratos. Desse total, os de DTH são a maioria, com 1,06 milhão (redução de 16%). Por outro lado, os acessos em IPTV cresceram 52,7% e totalizaram 536 mil unidades.
A ARPU de voz caiu 11,6% e ficou em R$ 34,7, enquanto a de banda larga e TV por assinatura cresceram respectivamente 13,7% (R$ 59,4) e 2,3% (R$ 101,5).