Ari e Capdeville - Prinstcreen

Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, e Ari Lopes, analista principal da Omdia

“Imaginar o 5G em cinco anos é a certeza de que vamos errar”, disse Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, durante passagem pela edição digital do Futurecom 2020. Para o executivo, é difícil fazer previsões sobre algo que ainda está em desenvolvimento. No seu entender, é preciso uma “dose de cautela” com as expectativas. Deu como exemplo as previsões do 3G, quando a indústria imaginava que a aplicação principal (killer app) seria a videoconferência, algo que se concretizou apenas neste ano com o distanciamento social para evitar a proliferação do novo coronavírus.

“Pensar o 5G é mais um convite para pensar as possibilidades. Mas o mais importante é realizar o presente. Não precisa esperar o 5G para que as iniciativas ganhem cor. Outro ponto que quero destacar é a questão da maturidade, lembrar que temos enormes desafios, em competitividade e produtividade, e isso cria um ambiente de cooperação e competição”, afirmou o executivo.

Entretanto, outros executivos que participaram do painel arriscaram fazer previsões. Foi o caso de Marcos Scheffer, vice-presidente de redes para Cone Sul da América Latina da Ericsson, que vê a quinta geração da Internet móvel como uma das principais vertentes de crescimento econômico do País na próxima década. Citou dados de estudo recente da Ericsson que estima trazer R$ 9 bi de investimento, R$ 70 bi de recolhimento e 200 mil empregos na construção de redes até 2025.

Carlos Roseiro, diretor de soluções da Huawei, acredita que o 5G será o momento da entrada de novos parceiros de tecnologia no setor que ajudem a trazer tecnologias como cloud e inteligência artificial com edge computing. Mais assertivamente, o executivo da fornecedora prevê a possibilidade de “três 5Gs” em cinco anos, um 5G voltado às aplicações de nuvem, outro dedicado à conexão residencial e o terceiro para o B2B.

“Não existe 5G sem cloud. Além disso, nós teremos a camada adicional de 5G que terão vários parceiros que vão desenvolver soluções para verticais. Para desenvolver essas soluções, será necessário ambiente de cloud para maior escalabilidade. Isso é inevitável e gerará competição entre os players de cloud”, explicou o executivo.

Pelo lado do governo, Artur Coimbra de Oliveira, secretário substituto de telecomunicações no Ministério das Comunicações, afirmou que a perspectiva do governo não é diferente da indústria. Sua previsão até 2025 é que o 5G será voltado mais para produtividade empresarial e entrando aos poucos na vida do consumidor final.

 

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