Os executivos da Exa e da Caixa apontaram que os problemas do Drex não se limitam ao trilema (descentralização, programabilidade e privacidade). Durante o MobiMeeting Finance+ID, evento organizado por Mobile Time nesta quarta-feira, 30, os profissionais também apontaram outras duas questões no projeto do Real Digital.
Para Efraim Soares dos Santos, da área de arquitetura de TI – Inovação – Drex da Caixa Econômica Federal, um dos desafios do projeto do Banco Central é a estratégia de negócio que cada instituição terá no Drex. Em especial, Santos acredita que uma empresa deve tomar cuidado com aquilo que compartilha em rede aberta e distribuída, que é a proposta do Drex.
Por sua vez, Eduardo Mantegazza, partner na Verisoft – EXA, há o desafio da usabilidade. Com um arcabouço tecnológico bem robusto, o executivo vê que é preciso discutir como tornar a usabilidade não tão complicada para ter a adesão da população.
Vale lembrar, o problema do trilema do Drex foi apresentado em julho deste ano pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. quando ele alertou que a solução do Drex precisa ser escalável e não está resolvida em tecnologia.
Nesta quarta-feira, Alessandro Fraga, especialista do Banco Central, afirmou que as soluções para o Drex ainda não estão maduras. Tanto que a criptomoeda nacional está na segunda fase dos testes com foco na governança dos contratos. Lembrou ainda que a primeira fase buscou resolver mais os problemas de privacidade que evoluem. Agora, precisa crescer em outras pernas do sistema.
Mas Fraga reforça que não há pressa, uma vez que querem fazer a solução para ter um impacto positivo no ecossistema econômico brasileiro: “Muitos países correm para ter CBDC, pois não tem um sistema de pagamento instantâneo (como o Pix). Estamos buscando democratizar serviços financeiros para a população. Portanto, não estamos fazendo apenas um Blockchain, ou um CBDC. Queremos democratizar (a economia)”, disse o representante do regulador.
Imagem principal: painel sobre Drex no MobiMeeting Finance +ID (crédito: Marcos Mesquista/Mobile Time)