Na atual conjuntura econômica brasileira, muitas pessoas de baixa renda procuram empréstimos, mas nem sempre conseguem, às vezes por conta de algum detalhe do seu passado financeiro, como uma pequena dívida na praça. A concentração do mercado de crédito no País também atrapalha. Diante desse quadro, a fintech Noverde encontrou espaço para crescer: sua proposta é prover empréstimos emergenciais com juros competitivos para brasileiros de baixa renda, usando tecnologia para reduzir seu risco.

Em um ano e meio de operação, a Noverde emprestou ao todo cerca de R$ 70 milhões para 50 mil pessoas. Atualmente, realiza 10 mil empréstimos por mês. A projeção para 2019 é de fazer 150 mil empréstimos somando R$ 200 milhões, conta um dos seus fundadores, Eduardo Teixeira, em conversa com Mobile Time.

“A gente consegue dizer ‘sim’ para pessoas que o mercado está dizendo ‘não’. São pessoas principalmente da classe C, gente com renda volátil e pouco hábito de poupança, mas muita propensão a pegar crédito”, descreve Teixeira. “A média de idade é de 34 anos. Muitos são trabalhadores informais, sem holerite, vendedores de porta a porta”, relata.

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Eduardo Teixeira, da Noverde, durante o Wired Festival, no Rio de Janeiro

A Noverde empresta até R$ 4 mil por vez, divididos em até 12 parcelas. Na primeira vez, os juros variam de 9% a 12% ao mês. Depois, baixam para uma faixa entre 7% e 9%.

Análise de crédito

A solicitação do empréstimo é feita via smartphone, pelo app da Noverde (Android). O usuário se cadastra e envia uma série de informações para análise da empresa.

Para realizar uma análise de crédito apropriada, a Noverde utiliza cinco fontes principais de informação: 1) dados bancários (o cliente precisa informar seu extrato); 2) dados do smartphone (SMS, geolocalização, onde recarrega a bateria, como organiza a agenda etc); 3) comportamento de compra online; 4) redes sociais; 5) bureaus de crédito. É feito também reconhecimento facial, comparando a foto enviada pelo solicitante com aquela presente no seu documento e aquelas das suas redes sociais. Teixeira admite que no começo a inadimplência era alta, mas em um ano e meio já conseguiu reduzir o índice pela metade, e a tendência é diminuir ainda mais, conforme vai construindo um histórico de uso da plataforma.

Os dados captados pelo smartphone são essenciais para o processo.”A gente metrifica tudo: até o tempo para preencher cada informação no formulário, a localização da pessoa etc”, conta Teixeira. Para comprovar o endereço informado, a Noverde verifica a localização onde a pessoa costuma carregar seu smartphone à noite, por exemplo.

Antes da Noverde, Teixeira havia fundado a Biva, uma empresa de empréstimos P2P que foi vendida para a PagSeguro. O executivo participou nesta sexta-feira, 30, do Wired Festival, no Rio de Janeiro.

 

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