O gerente da unidade de difusão de tecnologias da ABDI, Bruno Jorge, afirmou que o projeto Metaindústria é o instrumento que alimentará a discussão do modelo da indústria brasileira. Durante o lançamento da unidade Sudeste da iniciativa, em São Caetano do Sul/SP, nesta quinta-feira, 30, o representante da agência de fomento afirmou que este modelo precisa ser alimentado com tecnologias e demandas da indústria.

“É comum ouvir que ‘os instrumentos industriais de apoio do Estado à indústria e ao setor privado precisam ser modernizados’ e esse daqui é um modelo que deve ser replicado”, afirmou Jorge sobre o potencial do Metaindústria. “Nós desenvolvemos mais de 200 pilotos [dos quais 30 se tornaram caso de uso] e agora reunimos tudo isso em único local”, completou.

Vale lembrar, o Metaindústria (ou ‘Metaverso da indústria brasileira’) é um mecanismo de inovação e aceleração para a Indústria 4.0 nacional. Desenhado pela SPI com a ABDI, 100 empresas e instituições fazem parte do projeto, como NVIDIA, Universal Robotics, GM, Braskem e SGS, além de universidades como FEI e Instituto Mauá – que sediou o evento.

Após entregar os primeiros casos de uso nesta quinta-feira, um ebook deve ser produzido para mostrar ao mercado como soluções de indústria 4.0 podem ser aplicadas nas unidades fabris nacionais. O intuito é criar uma espécie de “Tabela FIPE” da indústria, com valores e práticas para implementação de tecnologias em pequenas, médias e grandes empresas industriais.

Tecnologia atrelada à indústria

Marcos Barbosa, CEO da SPI (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Por sua vez, CEO da SPI, Marcos Barbosa, afirmou que a ideia do projeto vai além da entrega das tecnologias. Entre as propostas está comprovar o potencial da indústria 4.0 e das pessoas que trabalham neste segmento: “As pessoas precisavam de um ambiente favorável para criar. O hub 5.0 do Élcio (Brito, sócio-diretor da SPI) e do Bruno (Jorge) é o ambiente para que a indústria crie vantagem competitiva. Esse é o objetivo maior”, afirmou, ao lembrar que o Metaindústria começou em 2016 quando Brito e Jorge notaram que a indústria brasileira não estava no ritmo de outros países rumo ao 4.0.

“Mais importante que as tecnologias são as empresas e universidades, juntas, criando essas tecnologias. Trouxemos tecnologias e marcas de vanguarda para o hub. Tecnologia do futuro para o presente. Mas isso só vai funcionar se soubermos utilizar e alimentar o hub”, completou Barbosa. “A Indústria 4.0 está aí, a tecnologia está aí e nós temos que aproveitar isso. Temos que olhar para a tecnologia todo dia, pois dela saem os novos modelos de negócios”, finalizou para uma plateia repleta de empresários da indústria.

Indústria x serviços e comércio

Secretário de desenvolvimento econômico, trabalho, turismo e educação de São Caetano do Sul, Daniel Córdoba (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Em um discurso mais inflamado e favorável ao setor, Daniel Córdoba, secretário de desenvolvimento econômico, trabalho, turismo e educação de São Caetano do Sul, afirmou que é a indústria que vai acelerar o desenvolvimento da região do ABC.

“Não podemos cair no erro da transformação econômica da região para serviço e comércio. Esse pensamento está totalmente na contramão do desenvolvimento econômico. A indústria é o carro-chefe do desenvolvimento que permeia a cadeia produtiva de mão de obra”, disse Córdoba. “É a indústria que gera grande transformação econômica de uma região e que dá oportunidade para os jovens. Não é o comércio, não é o serviço. É a indústria”, enfatizou.

Imagem principal: Bruno Jorge, gerente da unidade de difusão de tecnologias da ABDI (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)