Empresas com vários escritórios na mesma cidade costumam ter gastos altos com deslocamento de funcionários em táxis. Não raro, corridas com trajetos muito parecidos são feitas quase no mesmo horário em carros diferentes. Nestes casos, por que não dividir o táxi? Essa é a proposta da Meia Bandeirada, empresa cuja solução homônima está sendo lançada neste mês via web e aplicativo móvel. O serviço é voltado para o público corporativo: a ideia é estimular o compartilhamento de táxis entre funcionários da mesma empresa ou até de empresas diferentes, se ambas concordarem. Os primeiros contratos estão perto de serem assinados e o serviço funcionará inicialmente em São Paulo.

Ao chamar um táxi, via web ou através de um app no smartphone, o usuário precisará informar o destino. A partir daí, o sistema cruzará os dados com aqueles de outras chamadas, à procura de possíveis compartilhamentos de corridas. "Aconselhamos que corridas sejam compartilhadas sempre que isso gerar uma economia acima de 30%", diz André Insardi, um dos sócios-fundadores do Meia Bandeirada. Outra preocupação é que o compartilhamento não gere uma perda significativa de tempo. "A combinação do trajeto precisa ser benéfica para ambas as partes. E a duração da corrida não pode aumentar mais que cinco ou seis minutos por causa do compartilhamento", explica o executivo. É permitido dividir o carro com até três passageiros. Na solicitação, o usuário pode recusar o compartilhamento ou informar se está acompanhado de alguém.

Os taxis chamados fazem parte de cooperativas que já atendem às empresas que adotam o sistema. Por isso, toda negociação com um cliente é acompanhada de outra com a sua cooperativa parceira, para a implementação da solução junto aos seus motoristas. O pagamento das corridas pelo passageiro é feito via boleto eletrônico, por dentro do aplicativo.
É cobrada da cooperativa uma taxa de R$ 1 por corrida. A empresa também paga uma taxa por viagem, que pode variar de acordo com a negociação do contrato. Nesse valor está embutido o oferecimento de um sistema de gestão, no qual é possível acompanhar relatórios sobre o deslocamento dos funcionários em taxis e configurar alertas para casos específicos, como corridas a partir de um determinado valor, horário, duração etc.

A versão para Android está pronta e o sistema iOS ganhará a sua em breve. O passo seguinte será desenvolver o serviço para Blackberry, afirma Insardi. Está em estudo a criação de uma versão para o usuário final, mas o executivo reconhece que ela demandará cuidados extras relativos à segurança dos clientes, que compartilhariam o táxi com estranhos. Antes disso, a Meia Bandeira quer se consolidar junto ao público corporativo de São Paulo.