Ilustração: La Mandarina Dibujos/Mobile Time
Nos últimos três meses de 2022, a Samsung teve o seu pior lucro operacional para um trimestre em oito anos, que foi 4,31 trilhões de wons (US$ 3,5 bilhões). Isso representa uma queda de 69%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a companhia faturou 13,8 trilhões de wons (US$ 11,2 bilhões). Os resultados estão no seu balanço financeiro, divulgado nesta terça-feira, 31.
A última vez que a Samsung teve um lucro operacional tão baixo foi no trimestre terminado em setembro de 2014, quando o número alcançou 4 trilhões de wons (US$ 3,2 bilhões). “O ambiente de negócios deteriorou-se significativamente no quarto trimestre devido à fraca demanda, em meio a uma desaceleração econômica global”, disse a companhia, em comunicado, citando inflação e instabilidade geopolítica como fatores que contribuíram.
De acordo com dados da Canalys, as remessas globais de smartphones diminuíram 17% no último trimestre de 2022, ano a ano, a pior performance do mercado em uma década. A receita e o lucro no segmento Mobile eXperience (MX), de negócios mobile da Samsung, diminuíram, em meio à demanda fraca de dispositivos de médio a baixo custo, mesmo que, segundo a Canalys, a Samsung lidere, com market share de 22%. Apesar disso, a demanda por dispositivos flagships se mantiveram bem em relação à projeção do mercado.
As vendas de MX caíram 9% ano a ano, indo de 27,7 trilhões de wons (US$ 22,4 bilhões) para 25,3 trilhões de wons (US$ 20,5 bilhões). Juntos, os segmentos de MX e redes registraram lucro operacional 1,7 trilhão de wons (US$ 1,4 bilhão) no quatro trimestre de 2022, uma queda de 34,6% ano a ano, quando foi 2,6 trilhões de wons (US$ 2,1 bilhões).
A Samsung prevê um começo de ano difícil no segmento de smartphones, em 2023. A demanda por todos os tipos de dispositivos continuará a diminuir, em meio a incertezas macroeconômicas e desaceleração global. Com o lançamento da sua linha S23, nesta quarta-feira, 1º, a companhia apostará nos seus dispositivos premium, que também incluem os seus dobráveis. A sul-coreana enxerga uma “possível recuperação na demanda mobile no segundo semestre”. Em 2023, as vendas de tablets premium devem se manter sólidas, mas as de wearables devem diminuir.
Além da baixa demanda por smartphones, o segmento de semicondutores da Samsung também sofreu uma queda significativa no quarto trimestre, já que os clientes da companhia preferiram ajustar o estoque a adquirir novos insumos. O lucro operacional diminuiu para 270 bilhões de wons (US$ 218,7 milhões), comparado com 8,8 trilhões de wons (US$ 7,1 bilhões) no ano anterior, uma queda de 97%. No quarto trimestre, as despesas de capital foram de 20,2 trilhões de wons (US$ 16,3 bilhões), sendo 18,8 trilhões de wons (US$ 15,2 bilhões) em semicondutores.
O negócio de redes registrou um aumento (+29,6%) nas vendas, de 1,25 trilhão de wons (US$ 1 bilhão), no último trimestre de 2021, para 1,62 trilhão de wons (US$ 1,3 bilhão), em 2022, puxado pela demanda doméstica por instalações 5G e expansão em negócios no exterior. Espera-se que o negócio de redes mantenha o crescimento da receita, devido às novas oportunidades de mercado, principalmente no exterior, em chips core 5G e redes de acesso de rádio virtualizadas (vRAN).
Ano fiscal de 2022
No acumulado do ano fiscal de 2022, o balanço financeiro mostrou que a Samsung alcançou uma arrecadação recorde de 302,2 trilhões de wons (US$ 245,7 bilhões) em receita, um acréscimo de 32,9% em comparação com os 279,6 trilhões de wons (US$ 227,4 bilhões), em 2021. Ainda assim, seu lucro operacional diminuiu (-15,9%) de 51,6 trilhões de wons (US$ 41,8 bilhões), em 2021, para 43,4 trilhões de wons (US$ 35,1 bilhões), em 2022.
O mesmo ocorreu no segmento de MX e redes, no acumulado do ano fiscal de 2022. As vendas aumentaram (+10,6%) de 109,2 trilhões de wons (US$ 88,4 bilhões) para 120,8 trilhões de wons (US$ 104,3 bilhões), de 2021 para 2022. Já o lucro operacional registrou queda (-16,2%) de 13,6 trilhões de wons (US$ 11 bilhões) para 11,4 trilhões de wons (US$ 9,2 bilhões).
