A Honor chegou oficialmente ao mercado brasileiro na última quinta-feira, 31, em uma parceria com a DL para importação, distribuição dos handsets e gestão da marca. Este formato não é novidade, a Xiaomi tem uma parceria similar com a companhia brasileira desde sua segunda chegada ao mercado nacional mobile em 2019.

Em conversa com Mobile Time, o diretor comercial da DL, Eduardo Garcia, explicou que a parceria entre Honor e DL é uma nova unidade de negócios dedicada sem ligação com a operação da Xiaomi. Ou seja, a DL vai cuidar de toda a operação da Honor, de ponta a ponta no Brasil, o que inclui operação comercial, marketing e pós-venda.

Garcia ressaltou que foi contratado para tocar essa operação e que as estratégias de Honor e Xiaomi são diferentes. Com isso, os times de Garcia e de Luciano Neto, head da Xiaomi/DL no Brasil, não vão sequer conversar e sim, vão competir entre si, uma vez que a Honor tem uma estratégia agressiva para tomar uma fatia de mercado relevante no mercado de smartphones.

“Por estarmos entre as top cinco marcas em vendas da América Latina e em outras regiões (Oriente Médio, África, Europa) e entendendo que o mercado brasileiro tem ainda um mercado muito concentrado – 80% em uma única marca –, é com tecnologia e qualidade que a Honor vem para suprir e até mesmo ganhar uma parte de mercado que enxergarmos no Brasil. Existem muitas oportunidades”, disse o executivo.

“Vai ser ótimo para o consumidor brasileiro, ele terá mais opções que o atual, que é muito concentrado. O Brasil tem que estar mais próximo do mercado europeu e do mercado asiático, onde existe muito mais competitividade”, relatou Garcia, sem fazer projeções. “É um salto muito grande em termos de crescimento e entendemos que com essa nossa postura que vamos alcançar e entregar para o mercado brasileiro”, completou.

Varejo e Honor

Parte dessa estratégia agressiva pesa no relacionamento com o comércio nacional, explicou o executivo. Por isso, a parceria DL/Honor começa com 1 mil pontos de vendas de grandes varejistas e varejistas regionais, como Casa Bahia, Le Biscuit e Mega Mamute (no Mercado Livre).

Garcia explicou que pretende levar a Honor a um total de 3 mil pontos de venda em sua base nos três primeiros meses de operação. Isso inclui também avançar para o varejo online, seja no relacionamento direto com os varejistas (1P) ou com lojas que estão conectadas aos grandes varejistas (sellers ou 3P).

Mercado cinza

Sobre o problema do mercado cinza, que responde por um total de 25% dos handsets vendidos no Brasil (segundo a IDC e a Abinee), o diretor da DL/Honor afirmou que vão atuar com mais veemência na parte de legal e de conscientização do consumidor.

“Nós temos a missão de mostrar para o consumidor brasileiro a certeza de que temos bons produtos, que funcionam e um serviço técnico e estratégico no Brasil. Então, essa é a nossa missão de mercado. Mostrar para o consumidor que ele está comprando um produto oficial, homologado na Anatel, com todos os acessórios e de uma maneira oficial”, disse.

Reforçam ainda que os parceiros de marketplace, como Mercado Livre, Amazon e Magalu, estão regularizando suas bases de dados com código da Anatel para mostrar ao consumidor brasileiro quais smartphones são legalizados e quais não são.

Importante recordar que, até outubro de 2024, a Amazon tinha uma liminar que a evitava de cumprir uma medida cautelar da Anatel que exige a retirada de dispositivos do mercado cinza de seu e-commerce com o risco de o regulador tirar o site do ar. A medida caiu em outubro e a Anatel pôde aplicar a cautelar.

Imagem principal: Eduardo Garcia, diretor comercial da DL para Honor (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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