A fabricação de smartphones e outros dispositivos móveis da Honor no Brasil está descartada no momento, seja com fábrica própria ou parceria. A informação foi compartilhada pelo diretor de relações públicas da marca para a América Latina, David Moheno, durante o lançamento da marca no País na última quinta-feira, 31, que afirmou focar os trabalhos da empresa em importação.

Em conversa com Mobile Time, Moheno explicou que a companhia concentra toda a sua produção global na fábrica de Shenzhen, na China. Uma fábrica que é escalável, sustentável e automatizada. Na planta fabril, 85% da produção é completamente automatizada e 60% dos equipamentos foram desenvolvidos pela própria Honor, algo que colabora para reduzir a margem de erro e melhorar o controle de qualidade.

O executivo explicou que, a partir desta capacidade fabril, a Honor consegue produzir um smartphones mais avançados da série Magic a cada 28,5 segundos.  A fábrica em  Shenzen é tratada com orgulho dentro da companhia, uma vez que foi um dos primeiros investimentos feito pela gestão que assumiu o comando após se tornar independente da Huawei em 2020.

Com isso, a operação da Honor no Brasil será por meio de importação e distribuição para o varejo nacional, algo que será feito em parceria com a brasileira DL.

“Hoje, mais que qualquer coisa, o nosso volume de vendas – mais da metade é fora da China – prova que somos uma marca global icônica em tecnologia que pertence ao mundo. E no mundo, a América Latina é uma das regiões que mais nos abraçou nos últimos quatro anos”, afirmou o diretor da Honor. “Nós estamos entre os cinco principais vendors (de smartphones) da região e queremos trazer a nossa história de sucesso da Ásia para a América Latina e ao mercado brasileiro”, completou.

Além da fábrica, o grupo desenvolveu sete centros de pesquisas e inovação, sendo quatro locais de pesquisa na China (engenharia pura) e dois laboratórios de inovação fora da China Continental, um está localizado em Paris, na França, e é focado em design; e outro está no Japão para desenvolver a parte de câmeras e algoritmos de inteligência artificial.

Portfólio

Honor

Eduardo Garcia, diretor comercial da DL , apresenta os valores dos smartphones no Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Inicialmente, a parceria Honor e DL traz seis smartphones para o Brasil, sendo o carro-chefe da operação é dobrável Magic V3 que ainda não tem data para chegar. Porém, Moheno reforçou que o Brasil é o primeiro país da América Latina que recebe a confirmação de lançamento do foldable. Entre suas configurações, destacam-se: bateria de 5.150 mAh e chipset Snapdragon Qualcomm 8 Gen3. Atualmente, a companhia está presente em doze países da região, inclusive México, Colômbia, Chile, Peru e outros sete países da América Central e Caribe.

Os outros dispositivos são:

  • Smartphone Honor X5b com 4 GB de RAM, 256 GB de armazenamento, câmera de 50 MP e bateria de 5.200 mAh;
  • Smartphone Honor X7c com 8 GB de RAM 256 GB de espaço e câmera de 108 MP;
  • Smartphone Honor Magic6 Lite com câmera de 108 MP e bateria de 5.800 mAh;
  • Smartphone Honor X6b com 4 GB de RAM, 50 MP e bateria de 5.200 mAh;
  • Smartphone Honor Magic7 Lite com bateria de 6.600 mAh, carregamento rápido de 66W e câmera de 108 MP.

O portfólio de smartphones conta com dispositivos LTE e 5G, sendo dois com 4G e dois com conectividade celular de quinta geração. Os smartphones X6B 5G, Magic 6 Light, Magic 7 Light e o dobrável Magic V3 são 5G. Por sua vez, os handsets X5b e X7c possuem LTE.

Completam o portfólio para o Brasil dois vestíveis:

  • O fone Bluetooth com cancelamento de ruído Choice Earbuds X5;
  • O relógio conectado Choice Haylou Watch.

Também tem a promessa do lançamento de um tablet, o Pad X8a Lite.

História da Honor

Honor

David Moheno, diretor da empresa chinesa, apresenta o portfólio da empresa (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Criada em 2013, a Honor surgiu como uma marca de celulares da Huawei para o segmento online. O seu foco era principalmente no público jovem chinês. Em 2019 com a segunda chegada dos celulares da Huawei no Brasil, um dos planos da companhia era trazer a Honor para o mercado local. Desse modo, os handsets da Huawei atacariam a faixa de preço mais alta com produtos premium e flagship e a Honor ficaria com a faixa intermediária.

Porém, Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos em 2017. Seu primeiro mandato marcado por atritos geopolíticos e comerciais entre Beijing e a Casa Branca se acirraram, em especial com a Huawei a ponto que a companhia chinesa não pôde mais ter acesso aos chipsets móveis de empresas norte-americanas como a Qualcomm após uma medida governamental dos Estados Unidos.

Como resultado, a Huawei passou a focar principalmente no mercado asiático e chinês com sua marca própria e a Honor precisou ser vendida por algo que chamou na época de “persistências na indisponibilidade de elementos” na manufatura dos dispositivos móveis da e-Brand. Na época, a Honor vendia handsets com forte presença na Europa e EUA. Junto com a Huawei, as marcas tiveram uma remessa global de 240 milhões de dispositivos em 2019, segundo a Canalys.

A compradora foi a Shenzhen Zhixin New Information Technology, uma empresa independente que controla a marca desde 2020. No último dia 20 de janeiro, a empresa anunciou Jian Li como seu novo CEO no lugar de George Zhao, que administrou a companhia desde a sua independência, em 2020.

Atualmente, a Honor têm:

  • 14 mil profissionais, sendo 9 mil deles (64%) focados em pesquisa e desenvolvimento;
  • 11,5% da receita é investida em P&D;
  • Mais de 300 patentes registradas por mês;
  • 52 mil lojas e atendimentos pós-vendas.

Isso foi construído através de parceiras com grandes fornecedores do mercado mobile, como Qualcomm, MediaTek, Google e Sony, além de marcas de luxo como Porsche Design.

Com 250 milhões de dispositivos ativos no mundo, a Honor atualmente tem mais de 50% dos produtos vendidos fora da China (ou seja, smartphones, tablets, smartwatches, notebooks). No mercado de smartphones, a companhia está entre os cinco principais vendedores de smartphones na América Latina, Europa, Oriente Médio e África. De acordo com relatório divulgado pela Counterpoint Research, ao lado de Huawei e Motorola, a Honor colaborou para tirar market share de Samsung, Apple, Xiaomi e BKK (Oppo e Vivo) em 2024.

Em handsets, o portfólio é dividido em três categorias:

  1. Honor X Series, os dispositivos que atuam na gama de entrada;
  2. Honor N Series, os smartphones intermediários;
  3. Honor Magic Premium, os smartphones da gama mais alta de preço (premium, flagship).

Além de smartphones, o seu portfólio conta com vestíveis, tablets e notebooks.

Disponibilidade

Já estão disponíveis no mercado brasileiro, os smartphones Honor X5b Plus, Honor X7c e Honor Magic. Respectivamente, os três devices têm preços sugeridos de R$ 1,4 mil, R$ 2,7 mil e R$ 4,5 mil. Também chega ao varejo local, o fone Honor Choice Earbuds X5 (R$ 400) e o relógio Honor Choice Haylou Watch (R$ 1 mil).

O dobrável Magic V3, Honor X6b e Magic 7 Lite ainda não tem data de lançamento para o Brasil, assim como, o tablet Pad X8a Lite.

Importante dizer, a DL fez um esforço para os equipamentos da Honor serem oferecidos por mais de 1 mil pontos de vendas no Brasil. Segundo Eduardo Garcia, diretor comercial da DL para a Honor no Brasil, a empresa mira ainda chegar a 3 mil pontos de vendas nos próximos três meses.

 

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