Ricardo Sanfelice, Chief Marketing & Digital Officer do banco Bari
O Banco Bari (Android, iOS) iniciou sua operação de conta digital nesta terça-feira, 30. A marca do Grupo Barigüi – mais conhecido por conceder crédito e revendas de automóveis no Sul do Brasil – começa com uma base de 40 mil clientes e oferta de multiconta, cartão de crédito com bandeira ELO, plataforma de investimento e Pix. Para 2021, a fintech mira terminar o ano com 300 mil contas abertas.
“Começamos o soft launch com member get member em outubro do ano passado, com convite. Hoje é o dia zero. Nesta semana começamos a divulgar o banco, sem necessidade de entrar com convite”, diz Ricardo Sanfelice, chief marketing & digital officer (CMDO) do Banco Bari. “É uma consolidação de um trabalho de dois anos, mas agora é que o jogo começa. São objetivos pequenos comparados aos grandes bancos, mas queremos 1,5 milhão de contas em três anos. Começando com 300 mil contas ao final deste ano”, completou.
Em conversa com Mobile Time, Sanfelice explica que a proposta do Bari é ser um “banco de nicho” com atuação nacional, mas, inicialmente, concentrando seus esforços nas regiões sul e sudeste. Algo natural, uma vez que o Grupo Barigüi é o maior revendedor de automóveis do sul, o quarto maior em revendas de veículos no Brasil e o sexto maior em oferta de home equity (hipoteca).
Seu público-alvo é o jovem, acima de 25 anos de idade, que precisa aprender a gerir suas contas, além dos atuais clientes tomadores de empréstimo junto à financeira do Bari. Para isso, o banco oferecerá, no momento, duas funções em débito de auxílio ao correntista:
– Conta controle, na qual o usuário estipula um limite de gasto em parte do seu orçamento;
– Conta objetivo. Nela, o consumidor cria uma meta e aplica o dinheiro, que rende 100% no CDI, e posteriormente pode ser indicado para reaplicar em outro produto financeiro.
Dos 40 mil correntistas de sua base inicial, a maioria usa mais o Pix para transações e a controle para gerenciar os gastos. Entre os usos comuns da conta controle estão gastos de casa, mesada e até consumo na balada.
Futuro
No horizonte do banco digital, a empresa prepara uma campanha mais robusta para no mercado nacional a partir de maio. Em serviços e tecnologia, o home equity e o empréstimo consignado entram em breve na plataforma, como forma de ajudar os clientes que obtiveram crédito. Mas a próxima fronteira da plataforma é o lançamento de uma conta para pessoas jurídicas e MEIs, além de forjar parcerias no open banking e avançar na proposta de um robô consultor financeiro (advisor) com inteligência artificial.
“Nós sempre olhamos para o futuro. O open banking é uma possibilidade que amplia ofertas, inclusive com opções que não são nossas. A transformação que passou a vertical de telecom, os bancos passam agora: ser um hub de serviços. Outro pilar é inteligência artificial, através de ferramentas de IA, nós podemos aconselhar o cliente com tarefas mais assertivas. Temos algoritmos em desenvolvimento”, explicou Sanfelice, que tem longa experiência no setor de telecomunicações.
A companhia ainda estuda criar oferta de crédito pessoal para seus correntistas no futuro.
Dados financeiros
Da Banco Bari, que até o lançamento da conta digital era estruturado em operação de crédito com home equity, financiamento imobiliário e empréstimo consignado, registrou um lucro líquido de R$ 33,5 milhões no ano passado, aumento de 54% ante 2019. Sua carteira de crédito cresceu 15% e somou R$ 805 milhões. Ao longo de 2020, R$ 360,5 milhões foram concedidos em créditos aos clientes.
O CMDO do banco explicou que o resultado foi puxado pelo bom momento da instituição após o primeiro pico do novo coronavírus (Sars-CoV 2), a partir de junho de 2020: “Em janeiro e fevereiro de 2020, estávamos indo bem. A economia, no geral, estava indo bem. Em março tivemos o choque com o Covid-19. E teve o período de abril e maio, quando o mercado de serviços financeiro puxou o freio de mão. Ninguém emprestava e ninguém tomava empréstimo”, explica.
“A partir de maio, as políticas econômicas ajudaram, como Auxílio Emergencial, suporte às empresas e apoio do BC aos bancos. Com isso, nós (Bari) voltamos a acelerar em junho, e o resultado foi bom. Nós tivemos pequenos empresários pegando empréstimo para reestruturar dívidas e pagar funcionários, por exemplo”, completa Sanfelice.
