O general manager da Shein (AndroidiOS) no Brasil, Felipe Feistler, afirmou que a companhia tem procurado se adaptar rapidamente à entrada da taxa de 20% aos produtos importados que o governo brasileiro passa a cobrar a partir de 1 de agosto. Durante o Fórum E-commerce nesta quarta-feira, 31, o executivo explicou que usa a experiência da empresa na China para se preparar rapidamente e analisa os possíveis impactos e formas de agir.

“Quando isso acontece, nós mexemos nos times, olhamos o que tem no sortimento (de produtos) local, o sortimento no exterior e (o efeito da) elasticidade de preço. Por exemplo, um vestido com tecido que tem apenas fora do País, se a pessoa paga R$ 200 e passa a pagar R$ 240 (com os 20%), talvez não caia a demanda”, disse o general manager.

Neste processo de adaptação, a Shein adiantou a taxação a partir do último final de semana para evitar problemas de logística nos produtos que chegarão ao Brasil. Esse movimento também ocorreu com outros comércios eletrônicos que trazem produtos do exterior, como o AliExpress.

Sem alarmes na Shein

Feistler afirmou que ainda é cedo para analisar se haverá impactos na operação da Shein do Brasil e que necessita de dados mais precisos para entender o impacto da taxação. Mas, em conversa com Mobile Time, o executivo disse que nenhum alarme soou no primeiro final de semana com a taxa. Ou seja, a companhia não teve nenhuma queda acentuada nas vendas.

Além da taxa em produtos internacionais, Feistler afirmou que outra tendência é a migração de produtos que são vendidos fora do Brasil para a cadeia produtiva local.

Vale dizer, a Shein tem investido e apoiado a produção com fábricas locais de moda e acumula mais de 2 milhões de peças criadas com seus parceiros desde 2022, além de ter um amplo espaço na logística nacional com 250 mil metros quadrados alugados em centros de distribuição e armazéns.

Oportunidade

A entrada do imposto que popularmente ficou conhecida como ‘taxa das blusinhas’ durante as discussões no Congresso Nacional também pode trazer oportunidades para a Shein. Atualmente, 55% das vendas da plataforma são feitas pelos comerciantes (sellers ou 3P) locais do marketplace. Mas há uma meta para que esse percentual chegue a 85%, ou seja, a taxação poderia acelerar o crescimento do comércio de brasileiros para brasileiros no app.

Outra hipótese que Fesitler cogita é resolver problemas de supply chain dos fabricantes de roupas do Brasil. Deu como exemplo a possibilidade de trazer tecidos que hoje são feitos apenas na China para os fabricantes locais produzirem peças de roupas aqui no País.

 

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