O uso massivo das realidades aumentada e virtual no consumo de vídeo e o trabalho com robôs serão as tendências da digitalização que serão mais rapidamente adotadas no Brasil. Essa é a visão de Julio Sgarbi, consultor da Huawei e um dos analistas do estudo Global Industry Vision (GIV) 2025.
Com metodologia baseada em coleta de dados, informações e estudos de entidades, operadoras, consultorias e órgãos governamentais, o GIV 2025 da fornecedora chinesa apresenta dez tendências de como será o mundo em um cenário digitalizado e com o 5G.
Puxados pela saúde e pelo acompanhamento domiciliar de crianças e idosos, o documento estima que haverá 20 bilhões de dispositivos conectados em residências globalmente. Neste cenário, 14% das famílias terão algo robotizado em casa e dez robôs serão usados em casas de repouso de nações do G8.
Em uso de VR, AR e vídeos com ultradefinição, o GIV 2025 acredita que 337 milhões de pessoas e 10% das companhias usarão essas soluções, seja no trabalho para conserto de maquinário pesado ou para diversão dentro de casa.
Além de vídeos e dispositivos conectados, a Huawei citou outras tendências globais para 2025. São elas:
– 97% das empresas usarão inteligência artificial;
– 90% das pessoas usarão assistentes pessoais em dispositivos inteligentes;
– Haverá 6,1 bilhões de smartphones no mundo;
– 58% do mundo estará coberto pela quinta geração da Internet móvel, atendendo mais de 2,8 bilhões de pessoas por meio de 6,5 milhões de ERBs;
– Teremos 100 bilhões de conexões globais e 180 zetabytes serão gerados por ano;
– 100% das empresas no mundo estarão na nuvem até 2025 e 85% de suas aplicações de negócios estarão baseadas em cloud;
– 20% das empresas mundiais vão se beneficiar de computação quântica;
– 15% dos veículos estarão conectados e dentro do conceito C2VX (carro conectado a tudo, cidade inteligente, outros veículos, pedestres, entre outros);
– Para cada 10 mil trabalhadores haverá 103 robôs trabalhando lado a lado com humanos.
Ética e estudo
Durante a apresentação do estudo para jornalistas na Futurecom 2019, Sgarbi abordou questões que trazem receio à humanidade, como a ética no uso da inteligência artificial, o futuro do trabalho e o aumento da distância entre ricos e pobres com a digitalização.
Na visão do especialista, a inteligência artificial não tomará nossos empregos. Para ele, os fatores humanos como a criatividade e a consciência serão as ações que nos diferenciarão das máquinas.
Em relação à distância entre ricos e pobres, o consultor acredita que as nações precisam ter um papel mais incisivo para a inclusão dos menos favorecidos na economia digital: “Os governos precisam criar políticas públicas e contrapartidas para empresas. É importante frisar: os países que trabalham mais fortemente nisso terão os melhores resultados”.