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Bots: Lealis entra no mercado de chatbots com o Isaac

A start-up brasileira de serviços digitais Lealis decidiu entrar no mercado de chatbots. A empresa pretende atuar com projetos de grandes empresas, sendo agnóstica em termos tecnológicos: mescla as plataformas de inteligência artificial e processamento de linguagem natural da IBM e da Microsoft (Watson e Luis, respectivamente), e trabalha com qualquer canal disponível para a interface do bot (Messenger, Skype, Twitter, Telegram, email, SMS etc). Sua solução foi batizada como Isaac. E a meta é ter entre cinco e seis implementações de grande porte ao longo dos próximos 12 meses.

O diferencial da Lealis está no time de profissionais por trás da empresa. Não se trata de uma start-up fundada por jovens empreendedores, mas liderada por um antigo e experiente executivo do mercado de telecomunicações, João Moretti, um dos pioneiros a criar soluções para Palm OS no Brasil e que atuou em empresas como Mowa, Mobilepeople e MC1. Agora, à frente da Lealis, Moretti montou um time de profissionais igualmente experientes para que a empresa atue como uma espécie de boutique digital com foco em mobile.

Além de realizar projetos variados relacionados a inovação, a Lealis espera que o Isaac se torne no futuro uma fonte de receita recorrente para a empresa. Moretti prevê demanda por chatbots oriunda de setores como os de serviços financeiros, telecomunicações e saúde. E espera que haja projetos de robôs com diversos objetivos, desde atendimento até entrega de conteúdo, passando por transações.

Embora o Isaac esteja preparado para conversar livremente com os consumidores e usar inteligência artificial para aprender a cada novo diálogo, Moretti acha que há espaço bots com e sem processamento de linguagem natural. “O objetivo maior é atender a expectativa do cliente e do usuário. Se você está cumprindo um papel, seja qual for, você tem que trabalhar abertamente com as duas possibilidades. Nada impede que comece com um chatbot limitado que depois vá ganhando mais capacidade, conseguindo resolver mais coisas”, comenta.

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Bots: Lealis entra no mercado de chatbots com Isaac

A start-up brasileira de serviços digitais Lealis decidiu entrar no mercado de chatbots. A empresa pretende atuar com projetos de grandes empresas, sendo agnóstica em termos tecnológicos: mescla as plataformas de inteligência artificial e processamento de linguagem natural da IBM e da Microsoft (Watson e Luis, respectivamente), e trabalha com qualquer canal disponível para a interface do bot (Messenger, Skype, Twitter, Telegram, email, SMS etc). Sua solução foi batizada como Isaac. E a meta é ter entre cinco e seis implementações de grande porte ao longo dos próximos 12 meses.

O diferencial da Lealis está no time de profissionais por trás da empresa. Não se trata de uma start-up fundada por jovens empreendedores, mas liderada por um antigo e experiente executivo do mercado de telecomunicações, João Moretti, um dos pioneiros a criar soluções para Palm OS no Brasil e que atuou em empresas como Mowa, Mobilepeople e MC1. Agora, à frente da Lealis, Moretti montou um time de profissionais igualmente experientes para que a empresa atue como uma espécie de boutique digital com foco em mobile.

Além de realizar projetos variados relacionados a inovação, a Lealis espera que o Isaac se torne no futuro uma fonte de receita recorrente para a empresa. Moretti prevê demanda por chatbots oriunda de setores como os de serviços financeiros, telecomunicações e saúde. E espera que haja projetos de robôs com diversos objetivos, desde atendimento até entrega de conteúdo, passando por transações.

Embora o Isaac esteja preparado para conversar livremente com os consumidores e usar inteligência artificial para aprender a cada novo diálogo, Moretti acha que há espaço bots com e sem processamento de linguagem natural. “O objetivo maior é atender a expectativa do cliente e do usuário. Se você está cumprindo um papel, seja qual for, você tem que trabalhar abertamente com as duas possibilidades. Nada impede que comece com um chatbot limitado que depois vá ganhando mais capacidade, conseguindo resolver mais coisas”, comenta.

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Conteúdo móvel: Teles tomam ações para reduzir reclamações com SVAs

O mercado brasileiro de serviços de valor adicionado (SVAs), como são chamados os serviços de conteúdo móvel vendidos através das operadoras aos seus assinantes, passou por um dos períodos mais turbulentos de sua história entre o segundo semestre de 2016 e o primeiro deste ano. Um crescimento no volume de reclamações referentes a cobranças indevidas fez que com que as atenções da Anatel, do Ministério Público, do Congresso Nacional e de órgãos de defesa do consumidor se voltassem para esse segmento. Chegou-se ao ponto de a Justiça de Sergipe proibir a venda de SVAs por SMS, em setembro do ano passado. A Anatel, por sua vez, ameaçou intervir caso a situação não melhorasse, conforme alertou em entrevista a Mobile Time a superintendente de relações com os consumidores da agência reguladora, Elisa Leonel, em maio. Na Câmara dos Deputados, está em tramitação um projeto de lei com o objetivo de garantir maior transparência na venda de SVAs. Como ingrediente extra, circularam nos bastidores do mercado acusações entre os próprios provedores de serviços sobre práticas antiéticas na ativação de assinantes.

De acordo com um levantamento recente feito por Mobile Time em parceria com Opinion Box, 46% dos internautas brasileiros que possuem telefone celular declaram já ter tido algum problema de cobrança indevida relacionada a um serviço vendido por SMS por sua operadora. Ou seja, é quase a metade da base brasileira. Há vários fatores que contribuíram para que a situação atingisse esse grau. Para Pietro Labriola, CMO da TIM, o mercado brasileiro cresceu rápido demais nos últimos anos, tanto em popularização de smartphones quanto em expansão da rede 4G, mas as operadoras e seus parceiros não estavam preparados para acompanhar no mesmo ritmo com uma melhora de qualidade nos SVAs. Outras fontes recordam que por muito tempo o mercado de SVA brasileiro teve como estratégia a diversificação do portfólio e o foco na aquisição do cliente, deixando de lado a retenção e a qualidade. O excesso de SVAs e a terceirização de boa parte dos processos nas mãos de parceiros de conteúdo acabou provocando um certo descontrole. Obviamente, tal estratégia resultou em um crescente volume de reclamações.

Para evitar o pior, ou seja, uma intervenção regulatória que poderia significar o fim do mercado de SVAs, as operadoras tomaram individualmente ao longo dos últimos meses uma série de medidas para controlar melhor a oferta de tais serviços. A boa notícia é que essas ações começam a render frutos. Na Vivo, por exemplo, as reclamações referentes a SVAs em seu call center caíram 75% entre dezembro de 2016 e maio de 2017. No mesmo período, reclamações na Anatel sobre SVAs da Vivo diminuíram 50%, informa a companhia. Na Claro, as queixas relativas a SVA caíram 50% nos últimos 12 meses, segundo a empresa. A Oi, por sua vez, relata que a quantidade de reclamações na agência reguladora relativas aos seus SVAs caiu 18,4% na comparação entre maio de 2017 e maio de 2016.

Controle

Há várias ações sendo tomadas simultaneamente pelas operadoras. A principal delas consiste em assumir o controle total sobre o ciclo de vida de um cliente de SVA, desde a assinatura até o cancelamento do serviço, passando pela entrega e pela cobrança do conteúdo. A Vivo, por exemplo, está fazendo isso por meio de uma plataforma de distribuição de serviços (SDP, na sigla em inglês). Ela serve para facilitar a integração com os parceiros de conteúdo e também para proteger elementos internos da rede da companhia, como seu sistema de CRM. Alguns SVAs já nasceram dentro da SDP, como o som de chamada e o Vivo Music by Napster. Outros estão sendo gradativamente migrados para dentro dela, começando por aqueles mais populares. Hoje, 80% dos SVAs da Vivo são inteiramente controlados pela plataforma de SDP e a meta é chegar a 100% até o final do ano. “Com a SDP, consigo controlar perfeitamente como o cliente foi tarifado e em qual o canal. Consigo enviar mensagem de cancelamento quando ele pede para sair e garantir que saiu”, exemplifica Fernando Luciano, diretor de inovação da Vivo. A SDP da empresa é fornecido pela Huawei.

Na TIM, também está em andamento um processo de centralização e controle da oferta de SVAs em um hub. Este exerce o mesmo papel de uma SDP. A ideia está sendo trazida da Itália, onde foi implementada pela sua controladora, a Telecom Italia, relata Labriola. Boa parte dos parceiros da TIM já estão dentro do hub. Os que ainda faltam serão integrados até o final do ano.

A Oi pretende contratar uma SDP para os SVAs ainda este ano. A empresa está mantendo conversas técnicas e comerciais com diversos proponentes.

Simplificação de portfólio, monitoramento e punições

Paralelamente, as operadoras iniciaram um processo de simplificação de seus portfólios de SVAs. A ideia é ter menos serviços, porém melhores, com ciclo de vida mais longo dos assinantes. Claro, Oi, Vivo e TIM confirmam que estão seguindo esse caminho. “Fizemos uma limpeza na quantidade de parceiros e de serviços. Cancelamos 175 produtos. Não precisamos ter SVA para qualquer coisa, sem qualidade. Agora gerenciamos melhor a qualidade e o controle dos serviços”, diz Labriola. O diretor de atendimento da Claro, Celso Tonet, comenta: “Estamos priorizando aqueles serviços mais expressivos e que ainda possuem demandas. Alguns são descontinuados porque já não geram interesse e outros novos são lançados com propostas muito inovadoras”. Na Oi, Gustavo Alvim, gerente de SVA e equipamentos móveis, explica o movimento: “Nosso portfólio está sendo simplificado. Queremos produtos com mais profundidade e qualidade”.

Outra medida tomada pelas teles consiste no monitoramento contínuo dos SVAs. Na Oi, antes de qualquer lançamento, é feita uma simulação fim a fim do produto, para ver se ele atende a todas as exigências de qualidade da operadora. Só aqueles que passam por esse processo de homologação são lançados. Depois disso, indicadores de qualidade são acompanhados, para monitorar cada serviço e cada canal de venda, explica Alvim. A Vivo também iniciou um monitoramento mensal de seus SVAs. As duas operadoras têm a mesma fornecedora desse serviço de monitoramento, a Uotz.

Eventualmente, parceiros de SVAs são punidos pelas operadoras quando não cumprem regras estipuladas nos contratos e que dizem respeito à qualidade e à transparência da venda. As punições variam desde multas até o cancelamento do serviço, passando pelo bloqueio temporário para a aquisição de novos assinantes. A Oi descontinuou 14 serviços este ano por problemas de qualidade, informa Alvim.

Também este ano a TIM precisou aplicar uma multa milionária em um parceiro de conteúdo que desrespeitou regras acordadas no código de conduta do MEF. Além disso, a companhia reformulou seus contratos de parceria, com exigências mais rígidas. “Assim como compartilhamos a receita, temos que que compartilhar problemas (com os parceiros). Temos que fazer negócios mas de forma alinhada com a qualidade. Se o cliente pede reembolso por ativação indevida, a gente aplica multa no parceiro. Se há ação no JEC (Juizado Especial Cível) por ativação indevida, isso é compartilhado com o parceiro. É um regime de corresponsabilidade. Temos que melhorar e vamos melhorar. E todos os parceiros concordaram em ajudar. Pusemos contratos mais severos e todos os parceiros aceitaram”, comenta Labriola.

Tonet, da Claro, descreve a postura da operadora nesse ponto: “A oferta de SVA é fragmentada e envolve uma cadeia de valor que vai muito além da operadora. Temos parceiros que fazem o conteúdo e aplicativos, outros implementam as plataformas e integrações com nossos sistemas, outros fazem divulgação e comercialização dos serviços. Mas, no final do dia, a responsabilidade pelo relacionamento com o cliente, pela entrega e pela cobrança do serviço é da operadora. Temos instrumentos para regular esta relação com nossos diferentes parceiros e regras que devem ser seguidas em cada um destes processos, sempre visando garantir que a experiência do cliente seja positiva. Já utilizamos medidas corretivas em alguns casos, com multas ou término da relação contratual em casos extremos. A premissa é que todos os processos e requisitos da nossa política de oferta de serviços digitais sejam cumpridos regularmente, por todos os nossos parceiros”.

Outras ações

A Vivo lista ainda outras iniciativas para reduzir as reclamações sobre SVAs. Uma delas é a adoção de um guia de estilo, com a definição de como deve ser feita a comunicação com seu cliente em todas as etapas do ciclo de vida de um SVA, desde a contratação até o cancelamento. Além disso, passou a enviar um alerta antes do fim dos períodos de degustação de SVAs, avisando que a cobrança será iniciada. A operadora também pretende oferecer até o final do ano uma ferramenta para que o cliente possa consultar todas as cobranças de SVAs que ainda serão feitas sobre seus créditos ou sua fatura, algo como uma lista de lançamentos futuros, e sempre acompanhados da opção de cancelamento. “Estamos desenvolvendo essa funcionalidade para aumentar a transparência. Queremos construir uma relação duradoura com o cliente”, comenta Luciano, Vivo.

Para completar, a Vivo tem concentrado mais esforços em canais “pull” em vez de “push” para a aquisição de assinantes de SVA. São canais em que o cliente procura a operadora, em vez de ser impactado por mensagens publicitárias em seu celular. Um desses canais “pull” são as próprias lojas da operadora, onde vendedores especializados, chamados de gurus, estimulam a experimentação de SVAs, promovendo uma venda mais qualificada. “Houve queda na quantidade de altas, mas são altas com mais qualidade. A taxa de churn é menor. Vendemos menos, mas para clientes que ficam mais tempo e que estão mais satisfeitos. É uma balança que estamos tentando equilibrar”, resume o diretor da companhia.

MEF

Por fim, está em negociação no âmbito do MEF (Mobile Ecosystem Forum) a atualização de um código de conduta do mercado brasileiro de SVA, composto por um conjunto de regras que todos os signatários se comprometem a seguir. O documento se encontra em sua fase final de elaboração.

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Comércio móvel: Modelo do WeChat não terá o mesmo sucesso no Ocidente, prevê vice-presidente da Adyen

O comércio dentro de uma plataforma de mensagens, modelo que obteve sucesso com o WeChat na China, não deve repetir o mesmo êxito no Ocidente. Isso porque um dos fatores para os bons resultados desse modelo do outro lado do mundo é que o WeChat é uma plataforma dominante, que construiu um padrão de confiança junto ao consumidor local e não enfrenta fortes concorrentes. Esta é a avaliação de Jean Christian Mies, vice-presidente sênior e responsável pela operação da Adyen na América Latina. “O mercado chinês é diferente. Ele é mais fechado. É um cenário com rivais escassos e forte apoio do governo à Tencent e sua aplicação, o WeChat”, afirma Mies. “Em outros mercados, com diversidade de plataformas, não vejo isso acontecer”. Para o executivo, o caminho para as empresas de varejo online no Ocidente continua sendo o comércio móvel tradicional, dentro de aplicativos diversos em smartphones.

Cenário do m-commerce brasileiro

Mies ressalta que as pessoas estão migrando para o mobile, e um dos exemplos está nos números de crescimento de vendas de smartphones no Brasil – aumento de 23% no primeiro trimestre de 2017, segundo a Gfk.

“Dentro de nossos serviços de gateway, um dos exemplos de desenvolvimento na mobilidade é o da 99. O aplicativo aumentou em 5% a taxa de conversão no mobile com a nossa adquirência nos primeiros meses”, cita o country manager. “E temos a Netshoes com 50% do tráfego mobile e 30% de compras via dispositivos móveis. O Brasil tem tudo para se tornar um mercado de pagamentos móveis. São 40 milhões de novos smartphones por ano no País (dados da IDC), somados à vontade do consumidor e a um excelente ecosssistema de pagamentos”, completa.

Adyen no Brasil

Enquanto isso, Adyen cresce no País. De acordo com Mies, a companhia holandesa dobrou de tamanho em 2016 e espera a mesma taxa de crescimento em 2017. Um dos motivos para o sucesso é a constante busca por novos clientes de grande porte nacionais e internacionais que queiram vir ao Brasil, além de possuir 15% de suas transações realizadas por meio de dispositivos móveis.

Um dos principais expoentes para este crescimento é a parceria de adquirência entre a Adyen e a Saraiva, que começou em 2017. Além disso, o gateway holandês está presente na Dafiti, iFood, Magazine Luiza, Uber e Netflix – este último se destaca pelo seu modelo de economia de recorrência.

Novas tecnologias

O vice-presidente de vendas da Adyen na América Latina, Renato Pavelosk Migliacci, frisa que estão abertos para qualquer tipo de tendência que apareça no horizonte, seja por web ou aplicativos nativos. O novo kit de desenvolvedor (SDK) da Adyen suporta aplicativos e sites móveis e oferece integração rápida (em cinco minutos) com apps, customização da plataforma, suporte aos metódos de pagamentos mais recentes, tokenização integrada, acesso às ferramentas de gerenciamento da Adyen e integração entre adquirência (parcelamento, concicliação e antecipação), gerenciamento de riscos e relatórios.

Outra novidade da empresa para o mercado é o lançamento de sua máquina de cartão (POS). Na prática, a Adyen fez o caminho inverso dos concorrentes. Em vez de começar no varejo físico e migrar para o digital, está vindo do digital para o real.

Pagamento digitais e economia da recorrência

Mies cita outras duas tendências dos meios de pagamentos: a economia de recorrência e o pagamento sem uso de moeda física, apenas por meio digital. Ele acredita que, no longo prazo, os meios de pagamentos digitais vão crescer, puxados pelas vendas de smartphones e pela popularização do m-commerce.

Já para a economia recorrente, modelo de negócio que mantém uma frequência de gastos do consumidor com a marca, o VP sênior vê como uma grande oportunidade, em especial para empresas de varejo online. Migliacci exemplifica com empresas como Wine.com.br e PetLove, que entregam produtos como bebidas ou rações para animais domésticos de forma programada para seus clientes, mediante pagamento recorrente, mensal ou anual.

“O ponto principal da economia da recorrência é a comodidade para o cliente. Isso abre novas possibilidades de receita e previsibilidade para um e-commerce”, explica o VP de vendas. “Neste caso, o consumidor não pode entender canais como diferentes tipos de negócios. O objetivo é não ter que acionar o consumidor depois do primeiro acesso. Precisa ser rápido, fácil e simples”.

Forum Mobile+

Mies participará do painel “Segurança X Conveniência em transações financeiras móveis”, que acontecerá durante a 10ª edição do Forum Mobile+, nos dias 4 e 5 de setembro, no hotel Pullman da Vila Olímpia, em São Paulo. O seminário é organizado por Mobile Time e TI Inside. Haverá também paineís sobre o futuro do dinheiro; a transformação da máquina de POS; o mobile como aliado do varejo físico; e o impacto da mobilidade no setor de seguros. Para conhecer a programação completa, acesse www.forummobile.com.br. Ingressos antecipados podem ser adquiridos com desconto através do mesmo site, ou pelo telefone 11-3138-4619 ou pelo email [email protected]

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Entrevista: Mobile é fundamental para nossa estratégia digital, diz gerente da Vale

A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo. Com 111 mil empregados e presente em mais de 30 países, a companhia brasileira procura usar ferramentas digitais para enfrentar diversos obstáculos do seu dia a dia, desde o monitoramento da qualidade dos minérios extraídos, até a administração de ativos em tempo real – trens, caminhões e navios, por exemplo –, passando pelo gerenciamento da folha de pagamento de dezenas de milhares de funcionários que trabalham em minas dentro e fora do Brasil. Com centros de desenvolvimento móvel localizados em Vitória e Toronto, a companhia desenvolveu internamente a maioria dos seus 31 aplicativos corporativos. Seu maior desafio é garantir a segurança dos dados e estimular o uso dos apps pela sua força de trabalho, vencendo eventuais resistências. Sobre essas ações digitais, Mobile Time entrevistou Pavan Sharma, gerente de soluções digitais móveis da Vale.

Mobile Time – Qual impacto que vocês esperam trazer com o uso do mobile na mineradora?

Pavan Sharma – A mobilidade é um pilar fundamental de toda a estratégia digital da Vale. Estamos vendo benefícios, reduzindo os custos de software existentes, ampliando a eficiência dos ativos, aumentando a produtividade. Estamos capacitando os empregados com tecnologia digital para o aumento dessa produtividade. Temos muitos exemplos do uso crescente e de economia de custos por conta das tecnologias mobile.

Qual o momento da Vale em mobile? Quantos aplicativos vocês possuem?

Há basicamente três tipos de aplicativos: funções operacionais ou de manutenção; corporativos; e os apps de saúde e segurança. Atualmente temos 31 aplicativos à disposição, dos quais 17 são de operação e manutenção; cinco, de saúde e segurança; e nove, corporativos.

Quantas pessoas usam esses apps na companhia?

Depende da área. Muitos dos aplicativos usam uma abordagem de “Traga seu Próprio Dispositivo” (em inglês “Bring Your Own Device” ou “BYOD”). Neste caso, o aplicativo é voluntário e agrega benefícios aos usuários. Com os aplicativos voluntários do tipo BYOD, nós buscamos atingir 30% do público-alvo. Em outros aplicativos operacionais, os dispositivos são fornecidos pela própria Vale. Hoje, o aplicativo mais utilizado tem 25 mil usuários por mês. É o app corporativo para acessar o contracheque. Esse número é relevante porque se trata de um aplicativo voluntário.

Como esses apps foram desenvolvidos? Foram feitos internamente ou houve ajuda externa?

A maioria dos aplicativos foram desenvolvidos internamente. Criamos centros de desenvolvimento em Vitória (ES) e Toronto (Canadá). Nossa equipe está fisicamente no Rio de Janeiro, Vitória e Toronto, mas trabalhamos de forma virtual. Como uma só. Temos uma metodologia chamada “Greenhouse” (na tradução do inglês “estufa de plantas”), algo baseado no Design Thinking para criar uma experiência poderosa para o usuário. O que fazemos antes de construir um aplicativo é pegar a ideia, submetê-la aos ‘businesses partners’ (empregados da TI encarregados de atender às áreas de negócio) e a outros canais na empresa. Em seguida, nós revisamos a ideia.

Qual é o passo seguinte no processo de criação?

O passo seguinte é reunir usuários relevantes para os negócios. Trazemos a equipe de desenvolvimento mobile e os especialistas em experiência do usuário. Fazemos uma sessão de três dias na qual entendemos as dificuldades que o usuário tem e desenvolvemos. Chamamos isso de ‘persona’. Em seguida, nós desenvolvemos protótipos com telas reais. Ao fim dos três dias temos uma compreensão clara dos problemas, benefícios e principais funções dos aplicativos – com telas que são desenhadas de forma profissional para otimizar a experiência do usuário. Começamos o processo de desenvolvimento usando “sprints”. Isso é bem flexível, mas normalmente fazemos sprints de duas semanas. Criamos um produto funcional que pode entrar em operação em pouco tempo e que podemos seguir aprimorando-o. O primeiro modelo chamamos de Produto Minimamente Viável (MVP). Planejamos lançar o MVP em seis semanas para o primeiro aplicativo. Nós evoluímos e aumentamos as funcionalidades nos sprints subsequentes. Esse processo conduz à inovação e endereça o coração do problema. O feedback tem sido bem positivo por parte das áreas de negócios porque elas estão totalmente engajadas no desenho da solução.

Quais obstáculos vocês pretendem superar com aplicativos corporativos?

O desafio é ver se eles realmente trarão benefícios à Vale. Estamos buscando evitar custos, como substituição de software mais caros por aplicativos; aumento de produtividade usando aplicativos móveis como o Equipfer, em que uma hora de um maquinista é economizada todo dia; e otimizando ativos, como trens. Por exemplo, a operação ferroviária pode ser melhorada pela tecnologia móvel, que ajuda a pôr o maquinista no lugar certo na hora certa. Reduzindo assim gargalos e aumentando a utilização dos trens.

Quais dados vocês captam  com esses aplicativos? O que fazem com eles? Tentam entender comportamento de composições ferroviárias e navios?

Varia de acordo com o objetivo de cada aplicativo. Extraímos dados de apps operacionais, por exemplo. No app de inspeções operacionais capturamos dados importantes sobre o ativo que está sendo inspecionado. Gravamos métricas-chave, capturamos fotos e outras informações pelos aplicativos. Em outras áreas, nós estamos extraindo dados – como o aplicativo de condição insegura – e gravando e centralizando tudo no sistema ERP. Também temos uma área de Advanced Analytics na nossa equipe de TI que é focada em extrair informações de equipamentos, buscar padrões e prever ocorrências para reduzir custos.

Recentemente conversei com Christian Horst da VLI (empresa de logística da Vale). Ele revelou que um dos desafios é tirar o PC do usuário e entregar a cultura do mobile para ele. Como vocês estão fazendo isso na Vale?

Tentamos mudar a mentalidade para pensar em como os aplicativos móveis são geralmente disponibilizados em lugares como a App Store. Nessas lojas o conceito de helpdesk (suporte ao usuário) não existe. Tentamos replicar isso. Estamos direcionando os usuários para diferentes canais para se comunicarem com as equipes de desenvolvimento mobile, incluindo mecanismos de feedback nos próprios aplicativos, bem como feedback por via online. As pessoas estão acostumadas a ligar para o helpdesk, mas estamos tentando mudar esse comportamento para que elas deem feedback diretamente no aplicativo e assim possamos melhorar o app na atualização seguinte. É uma mudança cultural muito significativa. É uma forma de reduzir custos e tornar-se mais eficiente no centro de desenvolvimento. O usuário deveria pensar: ‘Eu sou um consumidor fazendo download de um app e não de uma aplicação corporativa’. Outra mudança cultural é acabar com os procedimentos baseados em papel para fazer as pessoas pensarem de forma diferente sobre suas atividades. Isso ajuda a elevar toda a tecnologia disponível, como tablets, RFID, sensores, analytics e outras ferramentas que aumentam a eficiência e a produtividade. É preciso mudar a forma como as pessoas pensam sobre vídeos e imagens, voz, GPS. Por exemplo, usar sensores para capturar a informação em vez de escrevê-la, ou tirar uma foto ou enviar suas coordenadas de GPS.

Trabalhei na Vale pela EDS entre 2006 e 2008. Me lembro de diversos sistemas legados com alta prioridade. Existe algum processo para aposentar esses sistemas da empresa e mudar para apps e outras ferramentas atreladas à realidade da tecnologia mais nova, como IoT?

A estratégia tem duas partes. Em relação a esses sistemas legados: há muito valor em continuar a avançar com uma estratégia mobile com essas grandes aplicações de legado. O SAP é um exemplo: desenvolvemos várias aplicações mobile que se integram diretamente com esse sistema. Estamos usando o SAP Fiori, que nos permite usar dispositivos móveis e tablets para transacionar e gravar dados no próprio SAP. Simplifica a experiência do usuário. Avançando com a estratégia, a ideia não é substituir os sistemas legados, mas ter uma melhor experiência do usuário ao interagir com eles. Para a segunda parte da nossa estratégia estamos construindo aplicativos móveis onde não há nenhum sistema legado e o propósito é visualizar como as pessoas podem fazer seu trabalho de forma completamente diferente e simplificada. Por exemplo, estamos usando aplicativos móveis para entender como os turnos operacionais funcionam e garantir as pessoas certas no lugar certo para melhorar a eficiência dos ativos. Uma extensão disso é para o sentido de uma visão combinada de mobile, machine learning e advanced analytics para prever e fornecer informações relevantes sobre os turnos quando os supervisores tiverem necessidade, de maneira que a informação correta seja entregue na hora certa.

Hoje quais são os desafios da Vale no mobile?

Um de nossos principais desafios é a segurança. E temos várias tecnologias e checkpoints para garantir que nossos dados corporativos estejam seguros. Outro desafio está na adoção de aplicativos móveis porque alguns deles são voluntários. Para resolver isso é preciso definir o verdadeiro problema do negócio e realmente agregar valor. Você também precisa consertar um problema assim que ele ocorre ou então ninguém vai instalar e usar a solução. É por isso que desenvolvemos a metodologia “Greenhouse”: para validar e construir os aplicativos baseando-se nas personas dos usuários. Outro desafio é o gerenciamento de custos devido ao tamanho da Vale (a empresa tem 111 mil empregados em cerca de 30 países). Usamos uma plataforma de desenvolvimento baseada na nuvem para reduzir os custos. Outro desafio é que a tecnologia evolui tão rápido que você precisa monitorar o mercado e ajustar a estratégia de acordo com as mudanças do mercado. 

Para o futuro, quais são as tecnologias móveis que podem ajudar a Vale?

Estamos usando novas plataformas tecnológicas e olhando outras no futuro, seguindo as tendências da indústria. Estamos usando uma tecnologia nova em que não tenhamos de escrever linhas de código para construir alguns aplicativos móveis. Isso permite um desenvolvimento mais rápido dos apps. Além disso, nós usamos princípios modernos da arquitetura de aplicativos, como microservices e software services para criar componentes reutilizáveis que podem ser embarcados em várias aplicativos móveis. O benefício é permitir um ganho de escala com rapidez.

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