A comissão de valores italiana Consob (Commissione Nazionale per le Società e la Borsa) questionou na semana passada a Telecom Italia e a Vivendi (por meio da Autorité des Marchés Financiers – AMF, autoridade do mercado financeiro francês) a respeito da participação da francesa no grupo italiano após a saída do CEO Flavio Cattaneo e a nomeação do ex-presidente da Vivo (e ex-Vivendi), Amos Genish, ao cargo de diretor geral de operações da TI. Nesta segunda-feira, 7, o grupo francês respondeu à requisição afirmando que "considera não exercer controle de fato na Telecom Italia".
A Vivendi explica que "não tem participação suficiente para permitir o exercício, em base constante, de influência dominante nas assembleias de acionistas da Telecom Italia". Isso porque a empresa tem menos de 25% do capital social da companhia (23,94%), o que, pela lei italiana, não se traduz em controle. É, no entanto, o grupo individual com maior participação e possui nove (de um total de 14) representantes no conselho de administração, incluindo o cargo de chairman executivo de Arnaud de Puyfontaine, CEO da Vivendi. A francesa, no entanto, garante que as decisões em relação à gerência e coordenação da Telecom Italia são apenas do exercício de direitos e responsabilidades dos acionistas.
A companhia ressaltou ainda que durante seu resultado financeiro do primeiro trimestre, divulgado em maio, declarou "não ter o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da Telecom Italia, de acordo com o IFRS 10". E diz que os mercados francês e italiano serão informados caso haja alguma mudança, embora "não seja esperada neste momento".
Na sexta-feira, 4, a Telecom Italia já havia respondido à Consob especificando que a chegada de "um executivo sênior do grupo Vivendi" – ou seja, Amos Genish – tem como objetivo a maior coordenação entre as atividades industriais e comerciais entre as diferentes companhias no contexto do plano estratégico existente. Ressalta também que a saída de Flavio Cattaneo do comando do grupo italiano foi por "consenso mútuo" após a "possível evolução da organização de gestão sênior que reporta ao CEO, à luz de futuros desafios que precisam ser endereçados". Segundo a Telecom Italia, o diálogo não conseguiu resultar em posições convergentes "dado também o alcance que o CEO obteve de metas já estabelecidas".