A TIM não vê a Oi como uma ameaça para seu futuro. Pelo menos é o que diz Stefano de Angelis, CEO da operadora italiana. Para ele, o retorno de uma Oi mais fortalecida e com apoio financeiro da China Telecom não atrapalha seus planos, uma vez que seus rivais devem focar na expansão da rede fixa, enquanto a TIM continua sua toada de crescimento em 4G.
Em sua visão, a Oi deve apostar em expansão de seus serviços de rede nas regiões norte e nordeste do Brasil. Lembra ainda que a sua competidora não investiu em leilões de LTE e que grande parte de sua receita na telefonia móvel ainda é no pré-pago, enquanto a TIM busca aumentar seu faturamento no pós-pago, que fechou o terceiro trimestre com 28% da base, ante 25% de pré-pago recorrente e 50% de pré-pago não recorrente.
“A Oi está tendo uma estratégia bastante agressiva em serviços tradicionais em regiões onde são fortes, como o nordeste. Nós percebemos que a oferta deles (em fibra) vai continuar bastante atrativa, até percebemos um aumento do market share deles”, disse o CEO. "Estamos ganhando terreno deles na parte de alto valor do segmento pós-pago, e, por outro lado, estamos vendo uma concorrente muito forte no segmento pré-pago”.
Ainda assim, De Angelis enfatizou o crescimento das receitas e da base de usuários no TIM Live (internet fixa), respectivamente 54% e 26%. E o CEO não descartou uma possível aquisição da Cemig Telecom, embora não esteja fazendo estudos a respeito. Com relação à possível aquisição da Oi, ou de parte da empresa, assim como afirmou um trimestre atrás, o executivo disse não considerar fazer uma oferta neste momento de incerteza e recuperação judicial.
Atualmente, a TIM possui 2,4 mil cidades com cobertura 4G, 51% do seu tráfego LTE e 301 cidades com VoLTE.
China Telecom
Sobre uma possível entrada da China Telecom no Brasil por meio da Oi, De Angelis disse: “É um tema que não envolve só competição. É uma empresa do exterior, portanto, não vou comentar. Mas lembro que a TIM investe R$ 12 bilhões por ano e nós nunca colocamos condições para este investimento”.