O Brasil começa a se destacar no cenário internacional pela demanda por bots e pela complexidade do seu ecossistema nesse segmento. Uma das empresas estrangeiras que começa a realizar projetos por aqui é a espanhola Guud. Criada originalmente para ser uma parceira tecnológica para agências de marketing e marcas em campanhas em redes sociais, a companhia passou a trabalhar com bots desde meados do ano passado, com foco especialmente no Twitter, tendo sido uma das primeiras a experimentar a plataforma TBS (Twitter for Business). A Guud foi a responsável técnica pelo desenvolvido dos bots da Budweiser e da Samsung disponíveis no Twitter para o público brasileiro – o primeiro permite pedir uma cerveja pela rede de microblogs e o segundo é um bot de atendimento. E está trabalhando agora em um bot de uma operadora de telecomunicações.

“Fiquei surpreendido pela demanda no Brasil. Parece até maior que a da Espanha. Também vemos demanda por bots no México, mas não é tão complexa quanto a brasileira, onde os clientes  requerem projetos mais sofisticados”, comenta Edgar de León, sócio-fundador do Guud, em entrevista para Mobile Time.

A curto prazo, a Guud não planeja montar escritório no País. Mas se os projetos continuarem crescendo, a empresa vai avaliar a possibilidade, até porque um escritório local poderia servir como porta de entrada para o resto da América Latina, diz o executivo.

O interesse do mercado por bots pode levar também a uma reestruturação interna da companhia., que promete criar uma equipe dedicada exclusivamente para robôs. “Os bots estão se tornando uma parte importante do nosso negócio”, justifica De León.

Processamento de linguagem natural

Atualmente, o executivo percebe uma demanda por bots com duas finalidades principais: campanhas de marketing pontuais ou atendimento ao cliente. A primeira é mais simples e costuma existir por um tempo determinado, equivalente à duração da campanha. A segunda é mais complexa, e em geral requer a adoção de alguma ferramenta de processamento de linguagem natural. De León avalia, contudo, que o melhor é sempre ter um atendimento híbrido, combinando bot com seres humanos. As plataformas de processamento de linguagem natural (PLN) ainda não alcançaram um estágio de maturidade que permita substituir por completo os atendentes humanos, especialmente quando envolve análise de contexto, histórico de conversas e avaliação do seu humor, analisa.

O executivo ressalta também a necessidade de se desenvolver melhor as plataformas internacionais de PLN para o português. “O que constatamos é que as ferramentas disponíveis funcionam muito bem para o inglês e bem para o espanhol, mas são limitadas para o português”, comenta. De León entende que há mercado, portanto, para o fortalecimento de ferramentas locais de PLN, criadas e treinadas por brasileiros.

Bots Experience Day

O mercado de bots, assistentes pessoais virtuais e soluções de inteligência artificial será discutido no seminário Bots Experience Day, que acontecerá no dia 22 de novembro, no WTC, em São Paulo. Estão confirmadas as participações de palestrantes de empresas como Banco do Brasil, SulAmérica Seguros, TIM, DPZ&T, Via Varejo, Microsoft, Zenvia e Take, dentre outras. O evento é organizado por Mobile Time. Para mais informações sobre a agenda do evento e sobre compra de ingressos, acesse www.botsexperience.com.br, ou escreva para [email protected], ou ligue para 11-3138-4619.

Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots

Mobile Time está trabalhando na elaboração de um mapa do ecossistema brasileiro de bots. Para tanto, está sendo realizada uma pesquisa online para coleta de dados das empresas que atuam nesse nascente mercado. As informações serão tratadas de forma coletiva e apresentadas em um relatório para download gratuito até o fim do ano. Para botar a sua empresa no mapa, basta responder ao questionário online aqui.

 

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