A demanda por ferramentas de atribuição em campanhas de instalação de apps móveis tem crescido substancialmente no Brasil. É o que revelam os dados da empresa de origem alemã Adjust, fornecedora internacional desse tipo de solução, que conta com uma base de mais de 14 mil apps com seu SDK, que somam mais de 1 bilhão de devices no mundo. Com escritório em São Paulo aberto dois anos atrás, a empresa tem mais que dobrado a sua base de clientes no Brasil ano a ano. Hoje são cerca de 40.

"Houve um boom em 2017, depois de passar a crise política. Devemos triplicar este ano o número de clientes", prevê Ricardo Feldman, diretor de vendas da Adjust para a América Latina. "O Brasil está mais avançado que o resto da América Latina em publicidade de apps. Hoje o Brasil responde por 75% da operação da Adjust na região", informa o executivo. Entre os clientes da empresa no Brasil estão 99 e Itaú. No exterior, o destaque é a desenvolvedora de games Rovio, criadora do Angry Birds.

A atribuição é o processo de associar cada download inorgânico de um app com o respectivo canal de mídia que o gerou. As informações são repassadas para os anunciantes, para que possam planejar melhor suas campanhas e otimizar seus gastos com CPI (custo por instalação). Além disso, é comum as soluções de atribuição oferecerem dados sobre eventos pós-instalação, para medir a qualidade daquele novo usuário que fez o download (frequência de abertura do app, tempo médio de sessão etc). Os anunciantes remuneram as ferramentas de atribuição com um pequeno percentual sobre o custo de suas campanhas. No caso da Adjust, esse custo gira em torno de 1%, variando conforme o volume contratado. As ferramentas de atribuição também ajudam a identificar fraudes nas instalações inorgânicas, um problema crescente na indústria de publicidade móvel ao redor do mundo.

Feldman relata que o uso da atribuição chegou ao Brasil depois que já fazia sucesso nos EUA e na Europa, onde os desenvolvedores de games foram os pioneiros na sua adoção, por estarem entre os maiores anunciantes em campanhas de instalação de apps. No Brasil a demanda veio puxada por empresas que são mobile first, ou seja, cujo principal ou mesmo único canal de contato com o consumidor é o app.

"A atribuição ainda não é um padrão do mercado brasileiro, mas está bem mais divulgada agora. Talvez nem todos queiram pagar por ela, mas o barato pode sair caro. Além disso, existe uma morosidade em se adaptar porque envolve uma questão tecnológica, que é a integração do nosso SDK ao app", comenta o diretor da Adjust.

O executivo aponta entre os diferenciais positivos da solução da Adjust a sua ferramenta de detecção preventiva de fraude, ou seja, antes de o anunciante pagar pelo download, e a precisão dos dados contidos em seus relatórios, incluindo, por exemplo, a taxa de desinstalação.

 

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