26461

Um dos maiores desafios para o desenvolvimento de um smartphone 5G consistirá na variedade de frequências com as quais esse padrão vai trabalhar ao redor do mundo. No começo do 4G, a indústria precisava lidar com apenas 16 diferentes frequências e combinações das mesmas. Agora, com o LTE Advanced, esse número passa de 1 mil. E no 5G será mais de 10 mil, prevê Cristiano Amon, vice-presidente executivo da Qualcomm Technologies. Isso significa embutir uma série de novas antenas dentro do smartphone, cujo espaço também é disputado por diversos sensores, bateria, memória e outros componentes. Além disso, haverá o desafio de não aumentar demasiadamente o consumo de energia, pois as baterias são hoje um dos principais limitadores da experiência dos usuários com seus smartphones.

“Há muito ceticismo quanto à possibilidade de levarmos 5G NR para dentro do smartphone em 2019. Mas aceitamos esse desafio”, disse Amon, durante a abertura do 4G/5G Summit, nesta terça-feira, 17, em Hong Kong. A Qualcomm divulgou recentemente o desenvolvimento do seu primeiro chipset 5G, o X50, e também apresentou o protótipo de um design de referência para smartphones 5G, com capacidade para operar com ondas milimétricas em faixas de alta frequência, algo ainda inédito nesses aparelhos.

Frequências

As frequências a serem adotadas pela quinta geração de telefonia celular podem ser divididas em três grandes grupos: baixa (até 1 GHz), média (3 GHz a 5 GHz) e alta frequência (20 GHz a 100 GHz). As faixas exatas, a quantidade de MHz em cada uma delas e a previsão de liberação por governos e órgãos reguladores varia em cada país, o que levará a uma enorme fragmentação no mundo e significará uma dor de cabeça para os fabricantes de celulares e de redes móveis.

Basicamente, as faixas mais baixas serão usadas para aplicações de uso massivo, com pouco consumo de energia e pequeno tráfego de dados. É o caso de soluções para setores como os de logística (monitoramento de frotas), agricultura (monitoramento das condições do solo), energia (smart meters) etc. Já as frequências altas, com ondas milimétricas, servirão para aplicações críticas, que requerem baixíssima latência, alta velocidade e altíssima disponibilidade, como em carros autônomos, cirurgias remotas e controle industrial.

“É difícil encontrar um setor da economia que não use a tecnologia móvel nas suas interações B2B e B2C. E com o 5G teremos uma das transições mais significativas da nossa indústria. De 2014 a 2020, o tráfego de dados vai crescer 30 vezes no mundo. Precisaremos de muito mais espectro para dar conta disso”, resumiu Amon.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!