A ZTE apresentou nesta terça-feira, 17, o primeiro phablet com tela dupla, o Axon M. As telas têm 5,2 polegadas cada e podem ficar lado a lado ou atrás uma da outra, pois o corpo do celular é dobrável entre elas. O formato lembra aquele do console Nintendo DS.
A fabricante listou quatro formas diferentes de usar as duas telas simultaneamente. A primeira delas é o modo dual, que permite ao usuário assistir a vídeos em uma tela e, na outra, acessar a Internet ou algum outro aplicativo. Já a segunda é o modo estendido, que aumenta a capacidade de visão da tela para 6,75 polegadas. Já no modo espelho o usuário pode dobrar o celular e mostrar o que está vendo para outra pessoa. Por fim, existe o modo tradicional, para o uso habitual do device.
Em sua configuração, o smartphone possui processador de 2.15 GHz quad-core Snapdragon da Qualcomm, 4 GB de RAM, 64 GB de memória interna (expansível para 256 GB com microSD), sistema operacional Android Nougat (7.1.2), leitor biométrico, bateria de 3.180 mAH e câmeras frontal e traseira de 20 MP.
Inicialmente, o ZTE Axon M será lançado nos Estados Unidos, em novembro, com exclusividade pela AT&T. A fabricante chinesa pretende levar o produto para China, Japão e Europa. Não há previsão de lançamento para o Brasil.
Análise
Muitas companhias têm ensaiado lançar celulares com tela dupla ou dobrável, mas nenhuma com os dois. Já foram ouvidos rumores de que a LG e a Samsung consideravam essa ideia, até por terem know-how em fabricação de telas curvadas e por terem apresentado modelos desse tipo no passado, como o LG G Flex e o Samsung Round. Ou mesmo, foram feitas algumas tentativas de empresas desconhecidas, como o handset YotaPhone, de tela dupla (frente LCD e verso e-ink), da russa Yota Devices.
Alguns veículos internacionais já insinuaram que a Samsung lançaria o “Galaxy X” no próximo ano e que ele seria um modelo bem similar ao novo handset da ZTE, mas não há nada confirmado. Até aqui, o mais próximo que existe é a tela infinita (borda mais longa) que está presente em modelos como Galaxy Note e Galaxy S. Mas tela dupla de verdade, apenas o ZTE Axon M, de fato. É uma verdadeira novidade para o segmento de smartphones, que vinha em marcha lenta em termos de inovação em seus "form factors" desde os módulos que a Motorola apresentou para a família do Moto Z no ano passado.
O ciclo de inovação das fabricantes para os devices está mais longo e mais focado no software. Por outro lado, mesmo sem grandes inovações, o preço do smartphone vem subindo gradualmente. Um exemplo é a expectativa de aumento, no Brasil, em R$ 400 do valor-médio dos handsets que, atualmente, está em R$ 1,1 mil e até 2020 deve chegar a R$1,5 mil.