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O Google confirmou uma parceria com a divisão mobile da HTC por meio de um investimento incial de US$ 1,1 bilhão. O acordo é uma parceria de cooperação para uma década, com foco no desenvolvimento de smartphones premium e tecnologias móveis. Na relação estão envolvidos: acesso não exclusivo do Google à propriedade intelectual da HTC; e a contratação de parte da equipe da fabricante taiwanesa pela norte-americana, dos quais muitos engenheiros já trabalham na terceira geração do Google Pixel – a segunda deve sair em breve, com a LG.

A parceria vai continuar suportando a estratégia de marca dos celulares da HTC, que está trabalhando no sucessor do HTC U11 para o final de 2017, quanto o avanço do Google no segmento de dispositivos móveis, em especial para o seu portfólio Google Pixel. Ou seja, não vai ter mais todo ano um smartphone Pixel feito por uma fabricante aleatória, como aconteceu com a linha Nexus e os primeiros Pixels.

Pelo lado da HTC, a CEO e chairwoman, Cher Wang, ressaltou que a parceria garante a continuidade de inovação em seus smartphones e também no negócio de realidade virtual VIVE. Com o Google apoiando a divisão mobile, Wang frisou que a parceria dará espaço para a companhia desenvolver projetos para a Internet das Coisas (IoT), realidade aumentada e inteligência artificial.

Em artigo publicado no site de sua firma, o vice-presidente sênior da divisão de hardware do Google, Rick Osterloh, frisou que o investimento na empresa taiwanesa trará mais inovação na criação de produtos por meio de sua divisão. “Ainda estamos nos primeiros dias do negócio de hardware do Google. Estamos focados em construir nosso núcleo de capacidade, enquanto criamos um portfólio de produtos que ofereçam às pessoas uma experiência única e proveitosa que só pode ser feita com o melhor do nosso software – como o Google Assistant – e um hardware bem desenvolvido”, disse Osterloh.  

O Google e a HTC ressaltaram que a transação passará por aprovação dos órgãos regulatórios. A estimativa para a concretização do negócio é para o começo de 2018.

Receita antiga

Coincidência ou não, Osterloh capitaneou a outra empreitada do Google em 2011 nos handsets, quando da compra da divisão mobile da Motorola por US$ 12,5 bilhões. Em 2014, a Lenovo comprou a Motorola do Google por US$ 2,91 bilhões. O executivo ficou como CEO da companhia de smartphones até abril de 2016, quando voltou para o Google.
Em sua gestão à frente da fabricante, o SVP (que teve passagens por Amazon, Skype, Good e outras empresas mobile) criou as marcas Moto G e Moto X.

Saúde debilitada

Assim como aconteceu com a Motorola, a HTC é um nome antigo do mercado com diversas patentes e tecnologias mobile que podem ser incorporadas facilmente à família Google Pixel. No entanto, a empresa de Wang não conquistou muito espaço no mercado norte-americano e europeu nos últimos anos, embora tenha preparado handsets premium para disputar com os flagships de Samsung, LG e Apple.

De acordo com reportagem da Bloomberg em agosto, a HTC vale US$ 1,9 bilhão e perdeu 75% do valor de mercado nos últimos cinco anos. Por sua vez, seu market share no mercado de smartphones caiu 2 pontos percentuais no mesmo período. O relatório financeiro do primeiro semestre de 2017 da empresa taiwanesa revela que as receitas com vendas caíram 8,4% em relação ao ano anterior, com um montante de 30,67 bilhões de novos dólares taiwaneses (US$ 1 bilhão na corretagem em julho) ante 33,6 bilhões de dólares taiwaneses.

Caso antigo

Embora rumores da parceria tenham aparecido no mês passado e no começo desta semana, vale lembrar que a relação amorosa entre as duas empresas é antiga. O primeiro smartphone com o sistema operacional Android foi um handset da HTC, o Dream, de 2008. Além disso, as companhias trabalharam juntas no desenvolvimento de dispositivos móveis com a marca Google, são eles: os smartphones Nexus One (2009), Google Pixel (2016) e o tablet Nexus 9 (2014).

 

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