A Ingenico, uma das maiores empresas de adquirência do mundo, está começando a olhar para o mercado de pagamentos com foco no mobile. Por meio de sua divisão de pagamentos móveis, Ingenico ePayments, a companhia francesa visualiza nos novos formatos de pagamento uma alternativa para acelerar a bancarização e para facilitar o uso de crédito pelas pessoas. “Na América Latina, metade da população está bancarizada. No entanto, a maioria não tem crédito hoje. Elas não conseguem parcelar uma compra a prazo”, disse Matias Fainbrum, diretor geral da Ingenico ePayments. “Nós precisamos considerar outras alternativas além de cartão de crédito e boleto bancário”.

Pensando justamente em atender a esse público, a corporação investiu pesado para auxiliar a jornada do consumidor nos pagamentos, seja mobile ou online. A Ingenico criou recentemente uma ferramenta própria para identificar e monitorar fraudes no e-commerce e assim deixar o ecossistema mais seguro para aprovar transações. Ao mesmo tempo, a firma francesa injetou capital na Joinedapp, uma start-up norte-americana que trabalha com chatbots para agilizar a compra dos usuários – de ponta a ponta –, na modalidade conhecida como comércio conversacional.

“Os players das indústrias de pagamentos e financeira precisam acompanhar o passo das empresas de tecnologia. Em especial, os meios de pagamentos precisam se adaptar, pois o cartão começa a perder sua funcionalidade”, ressalta o executivo. “Por isso investimos na Joinedapp. Nós ainda não temos operação com bots no Brasil, mas estamos rodando testes dos nossos robôs em companhias de turismo, varejo e novos modelos de negócios (start-ups de mobilidade urbana, por exemplo)”.

Nova experiência

Questionado sobre qual o cenário que vê como o melhor para os chatbots no comércio eletrônico, Fainbrum acredita que ferramentas como a Joinedapp ajudarão a trazer mais customização de compras via bots: “O foco da Ingenico ePayments é colocar os bots acima dos meios de pagamentos. Quanto mais complexo o serviço, melhor será ter um bot para resolver”, frisou Fainbrum.

Entre outras categorias de serviços que o executivo acredita serem importantes para o desenvolvimento do comércio eletrônico mundial estão a tokenização na hora da compra; o uso da biometria para garantir a identidade da pessoa; as ações de compra rápida (como o botão one-click buy); a utilização de gamificação como mecanismo de desconto para o consumidor; e o omnichannel.

No entanto, assim como acontece com a emancipação do crédito, o diretor geral da empresa de pagamentos móveis acredita que falta um esforço das empresas para fazer o omnichannel crescer. “O mundo caminha para isso (omnichannel), mas os players precisam apoiar”, disse. “Estamos trabalhando com o ecossistema para que os dois mundos (empresas de pagamento e varejistas) interajam. Nós estamos vivendo uma evolução constante com essas tecnologias tornando tudo mais fácil”.

 

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