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O Google aproveitou a Black Friday para trazer suas tecnologias de atração dos usuários online para as lojas de rua. A categoria, conhecida como online-to-offline (O2O), está sendo testada por pelo menos sete lojas do varejo nacional como Saraiva, Leroy Merlin, Ponto Frio e Casas Bahia com alguns usuários selecionados a partir desta sexta-feira, 24.

No serviço, que existe há dois anos nos Estados Unidos, o Google atrela o estoque do lojista a sua busca do Google Shopping, de modo que os internautas consigam ver se o produto buscado está disponível em uma loja perto dele. Importante frisar que, por estar em fase de testes, a companhia californiana não cobrou das empresas brasileiras.

“Agora, toda loja física dessas empresas está no Google. Com isso, nós fizemos a primeira Black Friday O2O”, disse o líder de omnichannel do Google Gustavo Pacheco. “Se 97% do comércio nacional ainda é em lojas de rua – informações da Forrester –, acredito que o online pode ajudar o off-line”, disse o engenheiro do Google Augusto Pacheco.

O Google decidiu apostar no off-line durante a Black Friday depois de ver o resultado da pesquisa encomendada ao Ibope. Em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, no Recife e em Salvador, 34% dos consumidores fariam suas compras em lojas físicas.

“A Black Friday começou no Brasil no online, diferente dos Estados Unidos que é só off-line. Portanto, o padrão do consumidor era diferente. Antes, ele buscava mais eletroeletrônicos e equipamentos de informática. Depois, passou a incluir produtos de moda. Agora é tudo”, explica o gerente. “Hoje, nós vemos buscas bem peculiares, como negócios e serviços”.

A pesquisa do Google também comprova este movimento. Se 76% dos 1.211 consumidores dizem que pretendem comprar equipamentos eletrônicos, 7% deles dizem que têm a intenção de adquirir medicamentos e suplementos, um aumento de 3 pontos percentuais se comparados aos números de 2016. Outro destaque é em fragrâncias e perfumes. A intenção de compra neste segmento para a Black Friday cresceu em 20% ante 2016.

Compras e buscas no mobile

Se, por um lado, a gigante da Internet mundial está de olho no O2O, por outro, ela vê o mobile como uma das novas vertentes de crescimento. Na pesquisa do Ibope, 31% dos usuários disseram que pretendem comprar via smartphones ou tablets durante a Black Friday. Um ano antes este índice era 22%. Em relação às buscas online, 38% dizem que farão buscas pelos handsets, em 2016 eram 27%.

Como reflexo, o Google começou a testar uma nova opção de acesso das lojas de m-commerce ao consumidor. Por meio do Google Now, o internauta passa a receber cards com alertas de descontos de suas buscas anteriores. Por exemplo, se a pessoa buscar uma calça no aplicativo do Enjoei, quando a pessoa que anunciou baixar o preço, o usuário recebe um push do Now, avisando que o preço foi reduzido. Isto vem antes da notificação do próprio app do Enjoei.

“O card de compra no Google Now está nos primeiros momentos. Mas acreditamos que é o futuro da compra você receber a informação de desconto ou dica de aquisição”, afirmou Pacheco. “Assim como o O2O, essas comunicações não são cobradas por estarem em testes. Mas teremos um business model para isso no futuro. Afinal, isto muda a relação do lojista com o cliente”.

Marketing O2O e beacons

Como parte de sua estratégia O2O, o Google também está oferecendo publicidade para levar os consumidores às lojas. Agora, as peças publicitárias têm extensão de local para o usuário traçar uma rota direto da ação que está na busca do Google, Maps, GDN, YouTube ou Gmail. A ideia da companhia é entregar “uma audiência qualificada” aos seus parceiros como Casas Bahia e Samsung. Neste caso, o Google cobra dos anunciantes.

Sobre a utilização de beacons nas ações dos varejistas, Pacheco revelou que alguns parceiros entraram com o uso dos sensores na Black Friday. Contudo, o Google entrou apenas para confirmar que o usuário foi para do online para o comércio. Não houve ações de targeting ou retargeting por parte do Google.

“Alguns de nossos parceiros experimentaram os beacons para ter mais acurácia. Alguns, inclusive, fizeram isso na Black Friday. Mas a mensuração das lojas e mesmo notificação push para os clientes ficaram por conta dos lojistas”, disse. “O beacon é apenas um pedacinho do quebra-cabeça do Google para garantir que ele vá para a loja”.

 

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