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Ilustração: Cecília Marins

A Arqia está apostando na demanda por redes privativas móveis no campo. A empresa já fez uma implementação em parceria com a PUC-Rio na fazenda Macuco, no Mato Grosso, e tem vários outros projetos em processo de ativação ou em negociação, afirma seu diretor de inovação, Daniel Fuchs, em conversa com Mobile Time.

“Nosso foco primeiramente está em fazendas, por causa da dificuldade de cobertura que elas têm. A agricultura 4.0 é ideal para esse tipo de solução, porque muitas vezes a fazenda já tem o próprio backbone, mas falta distribuição de sinal no local, o que é o caso mais claro de redes privativas”, explica Fuchs.

O executivo destaca que a idade média do produtor rural brasileiro é menor que a do norte-americano ou europeu, o que facilita a argumentação de venda de novas tecnologias. “Há um rejuvenescimento do agricultor brasileiro. Sua idade média é de 45 anos, bem menor que os 55 nos EUA e os 62 na Europa. Isso faz com que novas tecnologias sejam mais bem aceitas por eles”, comenta. Além disso, a constante pressão por redução de custo também contribui para que fazendeiros busquem tecnologias que tornem sua produção mais eficiente.

A Arqia mira principalmente em fazendas de pequeno e médio porte. Trata-se de um mercado potencial composto por cerca de 1 milhão de propriedades rurais, na estimativa da empresa. A maior dificuldade, contudo, reside no demorado processo decisório do cliente. “Algumas fazendas têm uma família grande decidindo. Em outros casos é uma cooperativa, com várias fazendas de menor porte, e a decisão passa por muita gente”, descreve.

O modelo de negócios da Arqia para redes privativas móveis no campo é baseado em Opex, o que requer uma garantia mínima de uso para ser viável comercialmente. Para incentivar a adoção dessa tecnologia no campo, Fuchs sugere que o Fust possa ser usado para subsidiar esses projetos nas fazendas, complementando o valor pago para a operadora quando não houver um número mínimo de dispositivos conectados ou de tráfego de dados que compense a instalação da rede. Conforme a base aumente, essa compensação diminuiria. 

MPN Fórum

O case da fazenda Macuco faz parte do projeto Campo Conectado, coordenado pela PUC-Rio com financiamento do BNDES. Esse case será apresentado pela coordenadora de integração do projeto Campo Conectado, do CETUC/PUC-Rio, Marta Pudwell, na segunda edição do MPN Fórum, no dia 29 de novembro, no WTC, em São Paulo. O evento é organizado por Mobile Time. A agenda completa e mais informações estão disponíveis em www.mpnforum.com.br

 

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