As fintechs enfrentam diversos desafios e problemas, como a falta de investimento e de apoio regulatório. Ainda assim, as companhias que operam neste segmento veem um futuro mais promissor.

“Vejo a necessidade de criar cadastros menores nos próximos cinco anos. E a era da falta da informação e de transparência vai acabar nos serviços financeiros” , disse Felipe Sotto, CEO da Vérios, gestora de investimentos a partir de R$ 5 mil. “Por exemplo, acredito que vai acabar o uso da porcentagem como informação no investimento. Ninguém compra um pão por 0,3%. Dizer para o cliente que ele vai ganhar em percentual não é claro”.

Para Alan Chusid, diretor de negócios do banco Neon, os próximos cinco anos terão uma rede conectada entre modelos tradicionais e novos. Em sua visão, o cliente não será correntista de um banco, mas será usuário de um pool de serviços financeiros. O executivo ainda ressaltou que alguns desafios ainda precisam ser superados, como a confiança do consumidor.

“Um grande desafio que temos hoje é não ter o nome e nem a história dos grandes bancos, e ainda conseguir montar um produto que atenda o consumidor. E depois mostrar para ele que é seguro. A parte boa é que a população está com a cabeça aberta e precisa ver que vai mudar”, explica Chusid. “A cabeça do Neon, por exemplo, ainda é um pouco distante dos grandes bancos. Eles não sabem o que é API. Por outro lado, não quero ser um banco tradicional”.

Investimentos

O executivo do Neon vê ainda uma falta de investimentos nas fintechs. O CEO do banco acredita que os fundos de investimentos e aceleradoras focam no capital inicial, mas quando se chega a um patamar no qual se precisa de R$ 20 milhões, eles não abrem o cofre. “Quando você precisa de dinheiro no começo do negócio, existe esse dinheiro. Mas quando precisa de mais, o investidor brasileiro ainda não participa”, afirma o empreendedor. “É algo que as VCs precisam mudar.  O investidor americano olha muito para crescimento de base. E o brasileiro olha para receita, capital e retorno. Isto precisa mudar”.

Equipes

Durante passagem no segundo dia do Innovation Summit nesta quarta-feira, 27, Felipe Sotto ressaltou o mesmo problema de falta de investimento. Em especial, a falta de VCs que apoiam start-ups e fintechs acima de R$ 20 milhões. Porém, vê como problema a montagem de equipe e criação de valores para uma nova entrante no setor. “Para mim, o desafio principal está na construção do time e na construção de valores”, aponta o executivo da Vérios. “Investimento e cabeça do investidor, você vai aprendendo. Mas criação de equipe e passar os valores para eles é algo que temos dificuldade, por trabalhar com diversas mentalidades”.

 

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