O grupo Globo anunciou ontem, em comunicado interno, uma nova unidade dedicada ao desenvolvimento de um futuro produto OTT que vai agregar os conteúdos on-demand da TV Globo e da Globosat, além de conteúdos novos e de terceiros que ainda estão em processo de licenciamento e desenvolvimento. Segundo apurou este noticiário, será uma espécie de Globo Play "turbinado". O executivo escolhido para liderar o projeto é João Mesquita, até aqui CEO dos Canais Telecine (uma joint venture entre a Globosat e estúdios de Hollywood). Ele se reportará a Jorge Nóbrega, VP executivo do grupo, Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat, e Carlos Henrique Schroeder, diretor geral da TV Globo. Segundo o comunicado interno de Roberto Irineu Marinho, presidente do grupo Globo, o período de estruturação da nova divisão será de três meses. Este noticiário apurou que a expectativa de lançamento do produto é para o segundo semestre de 2018. A estratégia de uma unidade horizontal, envolvendo diferentes áreas do grupo Globo, tenta replicar o modelo adotado na área de esportes e jornalismo.
A ideia vai além de um simples serviço por assinatura OTT, em que os conteúdos sejam livremente consumidos dentro da biblioteca previamente ofertada, como o Netflix. Haverá, dentro da plataforma, a possibilidade de vários modelos, desde conteúdos gratuitos como os da TV aberta ao vivo, até a assinatura para catch-up de conteúdos de acervo (como já existe no modelo do Globo Play), mas também com a possibilidade de bundles de conteúdos adicionais, como o Premiére (futebol) e Combate (lutas), assim como filmes e séries de terceiros, incluindo bibliotecas de conteúdos estrangeiros. Conteúdos originais também estão no roadmap.
Outra aposta desta futura plataforma OTT do grupo Globo é em conteúdos com apelo para as classes de menor poder aquisitivo. A experiência do Viva na TV paga e o processo de adaptação dos canais pagos para a classe C, com mais conteúdos dublados e programas de maior apelo popular, é um exemplo que está sendo seguido e é considerado um diferencial em relação a grandes plataformas OTT, como o Netflix e Amazon, que têm conteúdos mais sofisticados. A aposta da Globo é que existe uma grande massa de novos consumidores que, com a banda larga (fixa e móvel), tendem a pular os modelos tradicionais de TV paga por uma questão de custo, mas que vão buscar conteúdos além daqueles disponíveis na TV aberta.