A Microsoft tem entre os seus novos objetivos democratizar o acesso a ferramentas de inteligência  artificial (IA) para desenvolvedores do mundo inteiro. “Queremos democratizar a IA, da mesma forma que fizemos com os computadores pessoais. Quereremos tornar a IA tão acessível quanto o Excell na mesa de trabalho dos desenvolvedores”, diz Alessandro Jannuzzi, diretor de inovação da Microsoft Brasil.

Como parte dessa estratégia, a Microsoft disponibiliza uma série de ferramentas relacionadas a IA, que incluem um motor de processamento de linguagem natural chamado Luis; um módulo de machine learning; um framework para desenvolvimento de bots; um módulo para importação de FAQ; um módulo de computação visual para reconhecimento de imagens; dentre outros. A proposta é disponibilizá-los separadamente, como microsserviços que podem ser agrupados entre si ou conectados a APIs de terceiros livremente. A cobrança é feita por chamada a cada API, com um preço tabelado que cai conforme o volume.

“Lidamos com IA de forma segmentada, com um conjunto de funções, em vez de criar um componente que trata de tudo de forma monolítica. Usamos as melhores práticas de microsserviços oferecendo funções específicas para problemas específicos. Isso garante um time to market acelerado”, descreve Jannuzzi.

Brasil


A Microsoft tem visto uma demanda crescente no Brasil por bots, especialmente partindo de desenvolvedores que antes criavam apps móveis. “Muitos desenvolvedores tradicionais de apps se questionam se seus apps do passado seriam bots hoje”, comenta. Segundo o executivo, o Brasil é um dos países que concentra a maior quantidade de desenvolvedores interessados em bots e IA no mundo. Ele afirma isso com base na procura pelos cursos online que a Microsoft disponibiliza sobre computação cognitiva e machine learning. Nos últimos 10 meses, mais de 10 mil brasileiros fizeram pelo menos um curso inteiro sobre IA na Microsoft Academy. São treinamentos com vídeos longos e provas, e que oferecem um certificado após a conclusão.

Design

Jannuzzi vê nos bots uma quebra radical de paradigma no que diz respeito ao design e à facilidade de interação com o usuário. Em apps e sites, por mais intuitivo que seja o menu e seu layout, o usuário precisa, de todo modo, fazer um esforço para aprender a usá-los, ou seja, precisa quebrar uma inércia de aprendizado. Nos bots é o contrário. Quem precisa aprender é o robô. Ele tem que entender o que o consumidor quer, a partir do que este escreve ou diz. O executivo ressalta a importância dessa inversão para a inclusão digital de crianças e idosos, que poderiam ter mais dificuldade de aprender a navegar em um app ou site. “Vemos os bots como uma porta de entrada para um variado leque de ações que podem mudar as vidas das pessoas”, comenta.

 

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