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A TOTVS apresentou um novo hub para o desenvolvimento de start-ups nesta sexta-feira, 29, o iDexo. Criado em parceria com Banco ABC, Soluti, iMasters, flig, Bematech, Mobile Marketing Association e Intel, o espaço tem 1,3 mil metros quadrados e capacidade para receber até 40 empresas e 180 pessoas. Ele está localizado na sede da TOTVS, zona norte de São Paulo.

Com metodologia construída em parceria com a sueca Hyper Island, o iDexo procura fomentar o empreendedorismo em especial para setores como agronegócios, finanças, logística, saúde, alimentação e varejo, sempre usando como base tecnologias em inteligência artificial, Internet das Coisas e blockchain. Nota-se inclusive que há espaço para colocar sensores de automação entre a infraestrutura do local (cabos de rede, fibra ótica, encanamento e rede elétrica).

“Nós vamos trabalhar com inovação aberta. Conectando empresas e start-ups para fomentar inovações no mercado. Essas empresas serão associadas do iDexo. Queremos fomentar e conectar “ideias exponenciais” (nome iDexo é o acrônimo das duas palavras) ao mercado. Queremos dar suporte em todos os níveis”, explicou Gustavo Torres, diretor geral do projeto.

Questionado se o espaço, por ser um instituto, teve apoio financeiro de outras empresas, Torres explicou que a iniciativa financeira foi apenas da TOTVS. O valor investido não foi divulgado.

Fome para quem quer comer

O presidente e fundador da TOTVS, Laércio Cosentino, enfatizou que iDexo funcionará de forma independente de sua empresa, como um instituto para promover a inovação. O executivo reiterou que a ideia não é fazer uma área de “pesquisa e desenvolvimento mais rápida e barata”, mas um espaço para a TOTVS e outras empresas colaborarem com a inovação e resolverem seus problemas de forma mais prática.“Se tivermos parceiros dividindo o instituto, cada um em sua parte e setor, vamos acabar acrescentando para o mercado”, disse Cosentino.

“Da mesma maneira que a própria TOTVS aderiu a essa jornada da transformação digital nos últimos quatro anos, estamos tentando fazer isso com os nossos clientes. Faltava um elo, uma comunidade de desenvolvedores, de ideias, que não trabalham na TOTVS, mas no ecossistema. Por isso o espaço tem que ser exponencial”, completa o gestor.

Parceiro associado de Cosentino na empreitada, Sergio Jacob, diretor vice-presidente do banco ABC Brasil, explica que a iniciativa do iDexo resolve dois problemas de seu cotidiano: a redução de barreiras burocráticas para inovar e a busca caracterizada por start-ups, uma vez que recebe novas fintechs com frequência, porém pouco estruturadas para receberem investimento ou mesmo mentoria.

Como funciona

Na metodologia criada pela Hyper Island, o instituto terá os programas Private Sprint (resolução de problemas específicos de empresas associadas) e Launch Camp (problemas do ecossistema). As start-ups podem se inscrever no site do iDexo, desde as embrionárias até as mais maduras. Uma vez selecionadas, as novas entrantes recebem o apoio durante três meses inclusive acesso à tecnologia da TOTVS.

Durante sua estadia no local, as empresas ficam primeiro incubadas em uma sala chamada de “garagem” para fazer toda a parte de desenvolvimento de seus projetos. Depois, as novas entrantes vão para as estações de trabalho e recebem mentoria de especialistas do mercado. Por fim, elas participam de apresentação do projeto (pitch) para as empresas associadas, podendo inclusive receber injeção de capital.

De acordo com Gustavo Torres, a ideia do iDexo é fazer três processos convocatórios por ano, sendo o primeiro em novembro deste ano: “O nosso planejamento é para a primeira entrada de start-ups em novembro. Vamos sentar junto com os associados, definir o desafio de negócio que as start-ups terão e fazer a primeira chamada”.

Em conversa com Mobile Time, o diretor geral do espaço afirmou que não há contrapartidas para as start-ups ou empresas associadas fazerem parte do negócio.

Primeiro o varejo

Embora o processo seletivo inicial seja realizado apenas em novembro, a RetailApp (Android, iOS) é a primeira start-up confirmada no iDexo. Fundada pelo uruguaio Gustavo Almada há três anos em Miami, a companhia é uma retailtech que busca levar as informações de vendas do varejista para a tela de qualquer pessoa em uma organização em tempo real.

A entrada da firma no espaço para start-ups tem como objetivo a sua expansão no mercado brasileiro. Em conversa com esta publicação, Almada revela que entre os seus clientes no Brasil estão O Boticário e a Ótica Carol, e no resto da América Latina apoia as operações mexicanas da Danone e da Victoria’s Secret. Vale frisar, o app da RetailApp também está na TOTVS Store.