A dica de aplicativo é um guia, ou melhor, um pacotão de alternativas aos usuários do X (finado e cremado Twitter). Tem aplicativo para todo o tipo de perfil: direita, esquerda, artista, a galera dos memes, os amigos do Mark Zuckerberg ou amigos do Zack Snyder. Vamos começar com aquele que mais cresceu desde o bloqueio ao X e não é o Threads.

Bluesky (Android, iOS)

É a volta do Twitter em sua velha forma. Em todos os sentidos. Não precisa de número telefônico para confirmar sua identidade, basta se cadastrar com e-mail, colocar um nome de usuário que não está em uso e começar a usar. Não precisa mais de convites. Fundada por Jack Dorsey (cofundador do Twitter que deixou o conselho da Bluesky neste ano), a plataforma chegou a 7,6 milhões de usuários neste mês de setembro. Apenas neste fim de semana, a rede social quadruplicou seus downloads no Brasil. O mais interessante nela é a possibilidade de acompanhar os feeds (threads) em um único lugar, mas separados por temas. O limite por publicação é de 300 caracteres e aceita mídias como vídeos, fotos e GIF. E o quebra-pau de esquerda e direita do X brasileiro migrou para cá.

Threads (Android, iOS)

Se você é amigo do Zuck, o seu lugar é aqui. A plataforma vem crescendo de um ano para cá, mas não no mesmo ritmo à época de seu lançamento, um ano atrás (100 milhões em menos de um mês é para poucos). Ainda assim, nós precisamos lembrar que Zuckerberg entrou neste mercado de rede social textual porque imaginou um espaço que faria – talvez porque o seu principal rival tem um histórico mais complicado que o seu próprio com autoridades e compreensão de liberdade de expressão. Em todo caso, o Threads vem melhorando de forma tecnológica, assim como a integração com o Instagram, que começa a ficar mais clara. Mas ainda é um pouquinho travada. Raramente recebo notificações de respostas em uma publicação que escrevi, por exemplo. Vale lembrar que o algoritmo aqui não puxa tanto pela polêmica, então se você está no time do ‘não tenho nada com isso’ pode ficar mais sossegado aqui.

Truth Social (Android, iOS)

Agora vamos dar uma guinada à direita. Pegue o seu bonezinho do MAGA e entre para o mundo da rede social do presidenciável norte-americano Donald Trump. Aqui é um território que a fake news rola solta, tem arma ao lado de flores, churrasco do Texas com carrões e toda aquela trupe de Trumpistas notórios, como o cantor Kid Rock e a Fox News. É o trailer do GTA 6 em uma timeline. Coloque seu chapéu de alumínio (ou de xamã que invade o Congresso) e se prepare para ver as teorias conspiratórias mais absurdas do planeta. De ‘o FBI atirou em Trump’ até o clássico ‘a Terra é plana e posso provar’.

Gettr (Android, iOS)

Também de ultradireita. Essa plataforma é a mesma coisa que a anterior. A diferença é que aqui tudo é tentativa de transformar em meme para a direita. Nem preciso dizer que o onboarding é mais fácil que golpe do Pix no Brasil. Mas nota-se que a Truth Social é mais atrativa à direita brasileira com mensagens em português. Enquanto que o Gettr ainda está fechado no mundinho norte-americano, mas tem um curralzinho ali de brasileiros com pouca notoriedade. Também pudera, a rede se auto-intitula ‘um marketplace de ideias’. É outra rede que sequer tem uma landing page para baixar app, mal deixa recusar a captura de cookies, mas tem um área chamada de ‘modo chill’ com memes de cães e gatos para ficar longe da loucura política.

Mastodon (Android, iOS)

Aquela rede social que remete aos primeiros Power Rangers (referência de velho, diria o pessoal do Medo e Delírio em Brasília). Do ponto de vista tecnológico é a rede que mais avançou no último ano. Seu cadastro (onboarding) está muito mais fácil. Os usuários já podem usar seus e-mails pessoais de grandes empresas (vide Gmail) e a pessoa não precisa ficar em um servidor para entrar. Já vai direto para o server principal (mastodon.social). Antes era uma zona de servidores e os e-mails de grandes companhias não eram aceitos. Porém, ainda não tem opção para postar vídeo, GIF, os fios e as notícias não tem foco para o público brasileiro e o app volta e meia dá pau (crash). Um ano atrás era a favorita da esquerda por ser descentralizada e contra o establishment, mas não engrenou.

MeWe (Android, iOS)

Essa plataforma é mais imagética e fluida que o Threads. Aliás, se um dia você imaginou como seria a mistura do Instagram, Orkut e Twitter, te apresento o MeWe. Eles se autodenominam como “a rede social da próxima geração”. Assim como o Mastodon, ela é uma rede descentralizada (baseada em blockchain) e trabalha com conceitos de rede social e identidade social, ou seja, a pessoa faz parte de uma rede que está conectada e tem como foco as pessoas. De acordo com seus dados, tem 20 milhões de usuários globais e 700 mil grupos de interesse (olha as comunidades do Orkut voltando aí). Seu onboarding é mais robusto, inclusive com autenticação pelo número do celular. Mas há poucas publicações de brasileiros, mais europeus e norte-americanos. Bem goodvibes.

Vero (Android, iOS)

Essa plataforma é para artistas do underground ou fãs de todos os filmes do Snyderverso na DC Warner (sabe aqueles filmes com Coringa de banda emo, câmera lenta, preto e branco, o Batman com problemas com a mãe? Pois bem, é isso). Toda postagem aqui é mega artística com uma fotografia perfeita e quase todo texto tem uma historinha, uma sinopse, um argumento. Definitivamente esta não é uma rede social para usuários do X. Mas se quiser aproveitar e deixar o Fla-Flu da web para trás e partir para uma pegada mais leve, este é um bom lugar. O melhor de tudo, não tem publicidade ou conteúdo oferecido por algoritmo.

Vale lembrar que este ano não tem mais o Koo, pois a rede indiana encerrou suas atividades.