Nesta segunda-feira, 3, me dei conta que ainda não fiz o review do aplicativo do ChatGPT (iOS). Fiz o review do ChatGPT no Bing em fevereiro, mas o app standalone da OpenAI que foi liberado para o Brasil no final de maio e não abordei nesta coluna.
Em todo caso, tenho utilizado o ChatGPT para iOS na versão gratuita no último mês (há uma versão paga por R$ 99/mês com ferramentas premium).
Para começar o seu uso, cadastre com seus dados, escolha o seu idioma (ou coloque autodetecção para o app entender automaticamente), se você quer que vibre quando o app responde (haptic feedback), cor escura ou clara, e, não menos importante, se deseja manter o histórico das buscas – na mesma opção será possível apagar o histórico ou até sua conta.
Um ponto que gostei bastante do app é nas buscas. A plataforma alerta repetidas vezes que busca dados até setembro de 2021. Assim, diferentemente da versão do Bing, o ChatGPT para iOS não tem barreiras para responder ‘não sei’. Até porque, a IA generativa não tem todas as respostas para todas as questões da vida. Portanto, não adianta perguntar ‘qual o resultado da loteria acumulada da última semana’ que ele não vai dar.
O app é para fazer consultas e questionamentos pontuais, não é tão avançado como as APIs que a OpenAI disponibiliza para os desenvolvedores e que vimos ter casos, mas pode reconhecer linhas comandos, por exemplo: o ‘ls-color=auto’ do Linux ou ‘dir/p/w’ do Windows (denunciei minha idade).
ChatGPT também é mais avançado que um motor de busca habitual, mas tem algumas falhas e precisa tanto de ajustes da equipe da OpenAI, como o olhar atento do usuário para não cair no erro. Por exemplo, pedi para traduzir uma canção francesa em português, mas trocando uma palavra. O ChatGPT trocou a palavra na estrofe, mas esqueceu em outros trechos.
E a parte de voz também é muito boa, mas não há uma voz conversando com o usuário, apenas reproduz a resposta por texto. Mas quase não há falhas para reconhecer a nossa fala – algo muito comum nos assistentes virtuais. E falando em assistentes virtuais, uma coisa que senti falta é uma frase de chamado para o ChatGPT, igual a ‘Siri’, ‘Alexa’ ou “Ok, Google”. Muitos vão dizer que ainda não é o intuito dessa plataforma, mas é estranho você conversar/perguntar para uma aplicação e não a chamar por um nome. Me sinto meio grosso de fazer isso com a IA. Alguns podem falar que a ‘IA não tem sentimentos’, mas eu tenho. Não é porque é um robô que não vou dialogar, discutir ou ensinar.
OK, divaguei por aspectos sociais e filosóficos que nos levaram a um debate do semestre todo e devem ser debatidos ao longo desta década.
Mas falando do app. O ChatGPT no iOS ainda tem no menu: a função de compartilhar um link do chat via redes sociais, e-mail ou apps de mensageria; renomear um histórico de chat; deletar um histórico de busca; ver o histórico de questionamentos; e criar um chat.
O lado ruim é que muitas dessas funções e botões ainda não foram traduzidas para o português. Acredito que o grande salto do app acontecerá a partir da inclusão do Dall-E (criação de imagens por texto) e do uso massificado que deve vir com o app para Android, que deve deixar o seu algoritmo bem treinado.