A secretária de informação e saúde digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, detalhou com exclusividade a Mobile Time como a transformação digital da Saúde no Brasil começa pelo app Meu SUS Digital (Android, iOS). Lançada em janeiro deste ano, a nova versão do app está mais fluida e em pouco tempo figura como um dos melhores apps do governo federal.

Nota-se que foi feito um bom trabalho na remodelagem do app. Ele está bem mais responsivo. Ou seja, não é uma simples réplica do site do SUS na tela do celular. Vale lembrar, a partir desta mudança, o aplicativo registrou 2,6 milhões de downloads do app, ficando ele na 10ª posição entre os mais baixados no País em janeiro, segundo a AppMagic. E, em fevereiro, registrou outros 3,5 milhões de downloads, ficando na 5ª posição.

Na prática, o brasileiro começa a ter todos os serviços de saúde com simples acesso e na palma de sua mão. Ou seja, não foi uma simples mudança de nome (de Conecte SUS para Meu SUS Digital) e sim, uma reestruturação pensando em um salto que o app dará mais adiante. O plano é ter a interoperabilidade do sistema público e particular de saúde em apenas um app, assim, o cidadão poderá ter sua carteira de vacinação e resultados de exames consigo.

Serviços

Atualmente, o SUS Digital tem dez serviços (aqui chamados de ‘ações’):

  1. Carteira nacional de vacinação;
  2. Área de exames realizados;
  3. Medicamentos que o usuário toma;
  4. Dignidade menstrual – para pessoas que menstruam, jovens e de baixa renda, acessarem absorventes na rede pública;
  5. A geolocalização da rede de saúde do SUS, inclusive com especialidades e mapa;
  6. Área de agendamentos;
  7. Registro de atendimentos do cidadão na rede pública;
  8. Contatos adicionados, como familiar ou profissional de saúde;
  9. Lista para colocar alergias;
  10. E o diário de saúde que o usuário coloca suas informações, como IMC, glicemia e pressão arterial.

O app também tem um conteúdo de saúde bem mais sucinto, pontual e factível para a população, como vacinação da Covid-19 e da Dengue, que aparecem por meio de um carrossel de banners no alto da tela, cards com notícias abaixo das ações ou por meio de notificações push. Vale dizer que essas informações são produzidas pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

Desafios

Porém, há algumas pendências da versão anterior. Por exemplo, o meu caso é a relação entre prefeituras e o sistema do SUS. Apenas a parte de vacinação da Covid-19 aparece, não há registros das vacinas de gripe e febre amarela que tomei em 2019 na minha carteira. E são duas administrações municipais bem tecnológicas na comparação com o resto do País: São Paulo e São Caetano do Sul.

O tratamento e a constante atualização da base de dados era o principal desafio na saúde digital do País, quatro anos atrás, quando começou a pandemia do novo coronavírus. Agora se acumula com a necessidade de ter interoperabilidade com o setor privado. Ou seja, um grande problema, em especial para um País de dimensões continentais.

Na sessão de alergias, não tem uma opção bem comum que é ‘ácaros e poeiras’. Mas isso é mais fácil de resolver que o problema de registro e banco de dados das prefeituras, basta colocar uma linha no app – algo que pode acontecer nas próximas atualizações.

Mas o mais importante é que agora há um norte e um espaço para crescer na saúde digital do Brasil e Transformação Digital do Ministério da Saúde a partir desta atualização.

Crédito: imagem produzida por Mobile Time a partir de  IA generativa

 

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