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Aplicativo Substack (reprodução: Substack)

Se eu ganhasse R$ 1 para toda vez que escuto a pergunta ‘o jornalismo vai morrer?’ não precisaria mais apostar na loteria. Dizer que o jornalismo ou qualquer outra forma de mídia deixará de existir é quase impossível de se acreditar, em especial porque nós nunca consumimos tanto conteúdo.

Com o avanço da pandemia e a necessidade de as pessoas consumirem mais conteúdo em casa, um estudo Digital Shift da McKinsey de 2020 mostra que 43% das pessoas estão assistindo mais TV no mundo, 40% usam mais redes sociais, 39% leem mais notícias online e 28% escutam mais rádio. Ainda assim, a competição é alta. Precisamos nos adaptar e de novos modelos de negócios que sustentem as publicações neste novo caminho, das pequenas às grandes. E precisamos de fontes fidedignas, com curadoria apurada e qualidade no conteúdo.

Uma alternativa recente a qual tive acesso é o Substack (iOS), uma plataforma norte-americana cuja missão é tornar simples o modelo de assinatura para uma publicação. A ideia de seus fundadores é oferecer um serviço tudo-em-um para criadores de conteúdo, como: software de edição de texto; solução de pagamento; funções de compartilhamento para atingir audiências além do paywall.

Com podcasters, videocasters, bloggers, repórteres de finanças, entretenimento, games, esportes, comediantes, críticos culinários e até cartonistas, o Substack tem poucos colunistas ou publicações brasileiros (vide a Revista Bravo, que traz dicas, notícias e eventos culturais de todo o Brasil). Ganhou notoriedade recentemente com nomes como:

  • blog e podcast de Kareem Abdul Jabbar, o lendário pivô do Los Angeles Lakers e uma das vozes mais importantes do movimento negro nos EUA;
  • blog do crítico de música, artes, literatura e cinema, Ted Gioia;
  • blog e podcast de entretenimento The Ankler feito por ex-repórteres das principais redações de Hollywood;
  • e, mais recentemente, a newsletter From Berkshire to Buckingham, que traz comentários e novidades sobre a Família Real Britânica.

Para acessar os conteúdos completos e participar das comunidades criadas pelos autores, o leitor precisa pagar uma assinatura mensal em cada canal. Mas o leitor pode ler uma prévia por meio de uma newsletter que é enviada periodicamente (seja por semana, quinzena ou dia) em seu e-mail ou no aplicativo. Também há reportagens, artigos e podcasts que são liberados de graça por seus conteudistas, esporadicamente.

Uma das coisas mais legais da plataforma é a opção ‘article audio’, que possui uma narração nada robótica dos textos e que, diferente de outros formatos, o usuário fica no controle. Com um reprodutor similar às plataformas de streaming, o usuário visualiza a imagem principal da matéria, vê quanto tempo do áudio correu, quanto falta para terminar, acelera, volta 15 segundos, acelera 30 segundos, aumenta ou reduz a velocidade e engata um próximo texto para ouvir.

Outro destaque é que o Substack é um dos poucos apps que está fora do pagamento in-app da Apple.

 

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