O tema do momento e da coluna de dica de aplicativo da semana é o DeepSeek (Android, iOS), o rival chinês de OpenAI, Meta AI, Claude, Perplexity. Apresentado ao mercado no final de 2024, o app tem sua tecnologia baseada no grande modelo de linguagem (LLM) Mixture-of-Experts (MoE) que foi treinado com um total de 671 bilhões de parâmetros, dos quais 37 bilhões são ativados para cada token.

Ou seja, o DeepSeek utiliza 37 bilhões dos seus parâmetros para analisar e gerar sua resposta. Para efeitos de comparação, o modelo Llama 3.1, da Meta, possui 405 bilhões. Assim como outras IAs do gênero, ele traz informações gerais, pode ajudar com tarefas e estudos (matemática e até gramática), revisar textos, traduzir e ensinar novos idiomas e explicar conceitos de programação, por exemplo.

A diferença entre o GPT e o DeepSeek  é que a IA generativa da OpenAI é treinada com grandes volumes de textos, enquanto a inteligência artificial chinesa se apresenta como uma especialização em raciocínio lógico, código e adaptação cultural (se adapta a diferentes línguas rapidamente). Testei o aplicativo e notei pontos positivos e negativos no app.

DeepSeek e seus pontos positivos

Um dos pontos positivos é que o usuário pode combinar a pesquisa da Internet com o motor do LLM, ao apertar os dois ícones ‘pensamento profundo’ (R1, leia-se o modelo de IA) e o botão ‘pesquisar’. Zeek, como o apelidei (sim, eu apelido todas as IAs, exceto Claude que é bem temperamental), é bem interessante e também mostra o racional da resposta em cinza, antes de dar a resposta em letras brancas.

Ou seja, o app apresenta todas as cognições, ligações, radicais que leva em conta em uma resposta. Por exemplo, coloquei a tabela de preços dos novos smartphones da família Galaxy S25, da Samsung, e pedi para resumir em um parágrafo. Ele analisou célula por célula, conteúdo por conteúdo e contextualizou.

Avaliação negativa

O lado ruim é que o DeepSeek está um pouco lento para dar as respostas, justamente por mostrar o racional. Outro ponto ruim que precisa de melhorias é que o app deu erro três vezes até reconhecer a imagem da planilha com os celulares da Samsung. Questionado se o problema era o idioma, em inglês, o DeepSeek respondeu que não. O problema na lentidão das respostas e reconhecimento de arquivo em português era o contexto.

Outra questão é que sua base de dados não busca respostas em tempo real. Outro exemplo: pedi a lista de filmes indicados ao Oscar de ‘Melhor Filme Estrangeiro’  deste ano e o app não conseguiu dar uma lista atualizada. Isso acontece por sua base de dados ser de até julho de 2024. Também afirmou que sua base de dados é privada, mas não pega dados pessoais de usuários (e-mails e mensagens), apenas textos de livros e artigos científicos, conteúdo de sites, obras culturais e dados históricos, além de conversas públicas.

E o app também está lento pelo forte tráfego após o seu sucesso nos EUA, que causou quedas nas Nasdaq e até em ações de NVIDIA, AMD e ARM.

PS.: Não vou entrar no mérito se o app chinês é prejudicial para a segurança nacional de um País ou não, pois isso é um debate muito mais mercadológico. Por enquanto, a disputa China x EUA (semicondutores, Huawei, TikTok…) é mais comercial e não tem nada comprovado em quebra de segurança (backdoor, por exemplo). Além disso, o próprio ChatGPT, da OpenAI também é uma base privada como o DeepSeek, portanto, se alguém disser que há risco, sim, sempre tem. Mas são possíveis brechas dos dois lados, inclusive, a OpenAI mudou as regras de uso de seu app e API para fechar acordo com o Departamento de Defesa dos EUA em janeiro de 2024.

 

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