Recentemente, a equipe do app Cíngulo (Android, iOS) disponibilizou um cupom de desconto para esta coluna testá-lo. O aplicativo é conhecido como uma forma de ‘terapia guiada’, ou seja, ele apresenta conteúdos em áudio, vídeo e texto para tranquilizar o usuário e combater a baixa autoestima.
Feito pelos psiquiatras Diogo Lara e Gustavo Ottoni, o app começa a jornada do usuário com um questionário para autoavaliá-lo. Após responder a bateria de perguntas, um calendário com “sessões de autoconhecimento” é montado para o usuário consumir conteúdos – pouco mais de dez minutos – que o auxiliem a combater ansiedade, estresse, baixa autoestima, insegurança, depressão, foco, atitude, relacionamentos, entre outros.
Além de áudios e vídeos, o Cíngulo oferece aula de automeditação, notificações push com mensagens de personalidades (Stephen Hawking, Michael Jordan e Confúcio, por exemplo), a área SOS para questões mais urgentes (como conteúdo para ajudar a dormir) e diário emocional (um espaço para o usuário escrever e desabafar). Ainda é possível fazer a autoavaliação novamente para comparar se a pessoa melhorou ou não.
Baixando o app, o usuário terá gratuitamente acesso ao diário, SOS e direito a sessões gratuitas. Para acessar mais de uma sessão por dia e utilizar as outras funcionalidades do aplicativo, o usuário deve pagar R$ 99 em uma assinatura semestral cobrada do cartão cadastrado nas lojas de apps.
Uso
Em tempos de novo coronavírus, o uso desta terapia guiada é apresentado como uma alternativa para ajudar pessoas que estão em momentos de desalento mental, ao ouvir ou ler mensagens diárias de apoio. Inclusive, o app tem uma sessão com conteúdos dedicados a pessoas que estão com receio durante a crise pandêmica.
No entanto, faço algumas ressalvas quanto ao uso do app, ao contrário de outros veículos que deram nota “dez” ou incluíram-no como um dos favoritos do mês. Para quem busca uma simples mensagem positiva ou de apoio após uma jornada pesada, ok, o app cumpre o seu propósito. E nada contra quem gosta deste tipo de conteúdo e quem utiliza este tipo de conteúdo.
No entanto, por mais que seu conteúdo seja positivo, a realidade é bem tensa e não pode ficar resguardada a um narrador com mensagens de auxílio. Ao indivíduo que realmente está sofrendo com angústia, medo, apreensão, preocupado com o amanhã, com as crises que afetam família, amigos, sociedade, não é um áudio de app que o ajudará.
O ideal é ter contato com profissionais de saúde mental, como psiquiatras, psicólogos ou terapeutas. Testei no passado chatbots e outros apps de saúde mental, e nenhum consegue substituir uma conversa tête-à-tête. Todos são bem mecânicos e pouco pessoais.
Nem que seja via Skype, o profissional de saúde mental ainda é a melhor opção.