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De Glenn Gould a Lang Lang, alguns dos álbuns que estão no Apple Music Classical (Crédito: Apple)

A Apple lançou há algumas semanas o seu aplicativo de música clássica, o Apple Music Classical (iOS). Para fãs da música e instrumentistas frustrados, o app é uma ótima alternativa de acesso a obras famosas do passado e do presente. Mas quando baixei para fazer o teste percebi, eu nunca fiz um review do Apple Music (Android, iOS)!

Portanto o review é duplo, mas em um fluxo só.

Isso porque esse é o principal intuito da fabricante de iPhones e iPads. Ou seja, tudo que você ouve, curte e salva no app de música erudita aparece automaticamente no Apple Music. O app não é elitista, o intuito é que todo usuário do Apple Music o utilize para entrar nesse universo. E se o usuário assina o Apple Music, ele não paga nenhum valor extra pelo Apple Music Classical.

Um ponto de diferença no app é que tem todo o acervo de músicas que os rivais possuem, além de álbuns exclusivos que não vão aparecer em outros streamings. São trabalhos do topo, como gravações recentes da Filarmônica de Berlim, Filarmônica de Nova Iorque, Concertgebouw de Amsterdã, Metropolitan Opera e outros.

A qualidade de som é 24 bits/192kHz em Hi-Res Lossless, além de alguns álbuns com áudio espacial imersivo com Dolby Atmos – mas só faz diferença se o usuário tiver um bom fone de ouvido, não é a questão de 5.1 ou 7.1, mas balanceio. Por exemplo, a mudança de movimento, de acorde na clave ou do tema das cordas para os sopros, só é possível sentir com um bom equipamento. Nos testes que fiz, o earbuds da Apple não tem muita diferença e com o Echo Buds da Amazon ou um fone de ouvido monitor a reprodução foi melhor.

O app é ótimo, mas faltam funções que deixam seu irmão mais velho melhor.

Para começar o Apple Music tem versão para Android. O Classical para o OS do Google ainda não foi lançado, mas a Apple afirmou que o lançará em breve.

Em conteúdo, o Apple Music vai além das faixas de músicas e podcasts. Para começar, o app tem videoclipes – o que é muito legal, pois você pode assistir um atrás do outro sem cair em propagandas. Dependendo da banda ou artistas, há trechos de documentários e existem os lyrics vídeos, que vem com a letra para cantar junto. Isso me leva à segunda função mais legal do Apple Music, o Modo Cantar ou Apple Music Singer. Quão divertido é ter um botão que você pode cortar a voz do vocalista de uma música, ouvir os instrumentos e cantar a canção.  Também há um botão para acompanhar a letra.

Ao todo, o Apple Music tem mais de 100 milhões de músicas em seu catálogo (somando música clássica e todo o resto). Além disso, há também: rádios com curadoria de alta qualidade; entrevistas com artistas do topo, como Billie Eilish e Elton John; shows com vídeo da série Apple Music Live, como apresentações recentes de Ed Sheeran e Alicia Keys; também tem shows clássicos, como o Acústico do Nirvana e até o Live Aid com o Queen.

Como combo, o Apple Music com o Classical Music é imbatível. Mas gostaria de ver funções de vídeo, rádio e modo cantar no Classical – não há melhor forma de ensinar a gostar de um gênero do que ver uma pessoa cantando, como uma obra coral, uma cantata ou uma ária de ópera. Se falarmos só de vídeo, hoje, os apps de vídeo de música têm preços exorbitantes para o público brasileiro, pois focam muito no público que paga em euro ou dólar. Esse é um espaço que a Apple pode ajudar a democratizar, mesmo com as orquestras norte-americanas. Também senti falta de mais conteúdos em vídeo de artistas brasileiros.

O Classical Music pode ser assinado mensalmente por R$ 22 na assinatura individual, o que não está fora da realidade. Há também as opções pacote familiar (R$ 35), universitário (R$ 12) e o Apple One, a partir de R$ 35, que vem com com iCloud+, Apple TV+, Apple Music/Classical e Apple Arcade – bem mais válido e completo, como falei no review do Apple TV+.

 

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